segunda-feira, 12 de outubro de 2015

CRÔNICA DE UM DIA RUIM

Havia sido um daqueles dias descabidos no final do qual tudo que você bebida é de cigarros e bebida para se recuperar e esquecer.

Nada de especial havia realmente acontecido. Apenas me pesava nos ombros mais acentuadamente as obrigações diárias e os pequenos desafios de nosso heroísmo medíocre de vida em sociedade.

O pior de tudo era que Sophia queria conversar. Mas eu não tinha nada a dizer. Queria apenas parar de pensar. Para ela era difícil entender. Afinal, nos víamos tão pouco... Mas o que eu podia fazer? Não estava disposto a conversar.

Infelizmente ela tentou. E como tentou. Estar ali com ela entre as quatro paredes do velho apartamento era como uma  seção de tortura para mim. Queria desesperadamente ficar sozinho. Mas nela não estava disposta a entender isso.

Em pouco tempo estávamos discutindo por conta de idiotices.  Já que não conseguia conversar comigo, ela optou por se queixar. Falava mais rápido do que eu conseguia responder e até mesmo entender.  Eu queria apeas fugir dali. Mas ela não ia deixar. Nos agredimos verbalmente até a exaustão. Então fui embora me sentindo ainda mais sozinho e precisando mais ainda de cigarros e bebida. Aquele era mesmo um dos meus piores dias...

Nada mais banal do que uma briguinha de casal. Sempre as mesmas cobranças, as mesmas ofensas, as mesmas raivas e aquela sensação de que algo vai se partindo aos poucos e não há nada a se fazer sobre isso a não ser continuar seguindo em frente.


O grande problema é que as pessoas não entendem a infelicidade uns dos outros porque andam esgotas e ocupadas no lidar com suas próprias mágoas.

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