Havia sido um daqueles dias
descabidos no final do qual tudo que você bebida é de cigarros e bebida para se
recuperar e esquecer.
Nada de especial havia realmente
acontecido. Apenas me pesava nos ombros mais acentuadamente as obrigações
diárias e os pequenos desafios de nosso heroísmo medíocre de vida em sociedade.
O pior de tudo era que Sophia
queria conversar. Mas eu não tinha nada a dizer. Queria apenas parar de pensar.
Para ela era difícil entender. Afinal, nos víamos tão pouco... Mas o que eu
podia fazer? Não estava disposto a conversar.
Infelizmente ela tentou. E como
tentou. Estar ali com ela entre as quatro paredes do velho apartamento era como
uma seção de tortura para mim. Queria
desesperadamente ficar sozinho. Mas nela não estava disposta a entender isso.
Em pouco tempo estávamos
discutindo por conta de idiotices. Já
que não conseguia conversar comigo, ela optou por se queixar. Falava mais
rápido do que eu conseguia responder e até mesmo entender. Eu queria apeas fugir dali. Mas ela não ia
deixar. Nos agredimos verbalmente até a exaustão. Então fui embora me sentindo
ainda mais sozinho e precisando mais ainda de cigarros e bebida. Aquele era
mesmo um dos meus piores dias...
Nada mais banal do que uma
briguinha de casal. Sempre as mesmas cobranças, as mesmas ofensas, as mesmas
raivas e aquela sensação de que algo vai se partindo aos poucos e não há nada a
se fazer sobre isso a não ser continuar seguindo em frente.
O grande problema é que as
pessoas não entendem a infelicidade uns dos outros porque andam esgotas e
ocupadas no lidar com suas próprias mágoas.
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