Conversar tornou-se algo
enfadonho e tedioso para mim. Pois é difícil encontrar interlocutores aptos ao
exercício de um bom diálogo. A maioria já não tem muita coisa a dizer e
reproduz os lugares comuns do dizer social cotidiano. Quanto mais adaptadas ao mundo menos capazes
de uma experiência autêntica nos tornamos; menos temos o que realmente dizer
uns aos outros.
A amabilidade entre dois
interlocutores já não significa que compartilham qualquer experiência
autêntica, mas que falam de interesses comuns, que dominam um mesmo discurso e co habitam uma mesma visão de mundo e nisso se rendem a
impessoalidade de um dialogo onde as coisas dominam a consciência.
Um bom dialogo é aquele em que o
outro nos confronta com o desconhecido das possibilidades de nossa própria
condição humana. É a diferença e o estranhamento que sustenta um bom diálogo,
não a identidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário