Gostávamos de tomar banho juntos. Viver a intimidade mais
lúdica de nossos corpos, de nossos eus desnudos e em estado de quase
selvageria.
O mundo nos era impossível quando estávamos juntos. Éramos nada
e estávamos em tudo que a nossa volta existia.
Aos poucos perdemos as palavras. Já não tínhamos nada a
dizer um ao outro. Apenas observávamos juntos tudo acontecer. Um dentro do
outro. Um através do outro.
Éramos nossos passados, objetos de nossas infâncias transmutadas em desejo e delírio
no absurdo de ser no aqui e agora do fluxo aleatório dos momentos.
Sabíamos que estávamos doentes um pelo outro. Que não podíamos
viver daquela maneira.
Mas tudo que pensávamos era consumar nossa morte para a
realidade do mundo.
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