Passava as horas esperando mais
horas
Naquela tarde morta e ensolarada
Onde vertigens adivinham a rua,
Os carros e as pessoas,
Vindo e indo de todas as partes
No lugar nenhum de suas vidas.
Havia algo de indeterminado,
De ilegível, em todo aquele banal
espetáculo.
Percebia em tudo ausências, lapsos,
Algum lugar comum de tédio,
Que me inspirava evasões,
Me levava a não esperar por nada,
E me render a uma absoluta falta
de imaginação.
A tarde me transpassava,
Tão profunda e misteriosa como um
enigma
Sem solução.
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