sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

SOLIDÃO E REDES SOCIAIS




Os relacionamentos humanos já não são os mesmos depois das redes sociais. Agora, nos expomos mais uns aos outros, dando visibilidade a nossas opiniões sobre os mais diversos temas e conteúdos que circulam pelas telas dos celulares e computadores. 

Além disso,  nossos intercâmbios são cada vez mais instáveis e condicionados a afinidades e antipatias ditadas por bolhas comportamentais. Também banalizamos nossas experiências pessoais reduzindo-as a chavões e estereótipos. No fundo somos quase zumbis semióticos acoplados quase o tempo todo a algum dispositivo de comunicação virtual.


É cada vez mais difícil relacionar-se com alguém dispensando a exposição constante no meio virtual, as trocas rasas e, muitas vezes, compulsivas, através de aplicativos de conversas por celular. Ironicamente, quase não nos enxergamos, pouco nos exploramos no plano das subjetivações, justamente quando nunca foi tão fácil aproximar-se de alguem e manter contatos regulares. Surpreendentemente, esta facilidade, longe de fortalecer laços afetivos, serviu para banaliza-los e degrada-los. Na era da comunicação nos surpreendemos  cada vez mais sozinhos na multidão digital que nos abriga.


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