Embora constitua uma dimensão importante dos intercâmbios humanos, a sexualidade é cercada de pudores e silêncios. É algo que deve ser escondido e reservado ao campo do não dito.
Ao mesmo tempo, é também um tema sempre presente em nossas falas e imaginações.
Esta ambiguidade no trato do tema expressa o quanto não sabemos lidar com o sexo. Afinal, o ato sexual em nossa cultura é carregado de representações diversas que lhe extrapolam. É considerado inimigo de toda ordem e do bom senso. Pressupõe uma carga emocional, um investimento subjetivo, mesmo quando assumidamente praticado de modo casual entre pessoas que não pretendem construir laços afetivos.
Sexo é instrumentaIizar o outro servindo-lhe também de objeto. É uma desmedida que nos lança ao espaço aberto de uma subhetivação que não somos capazes de construir. Não somos educados para o sexo. Não sabemos viver nossos próprios corpos, nossos desejos. Apenas reproduzimos às formas normativas e representações socialmente estabelecidas na experimentação do desejo.
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