Ainda me lembro do espelho
onde você desaparecia
enquanto a realidade sangrava
abandonada nas ruas.
As ilusões do paraíso do amor
não lhe interessavam.
Bastava o espelho
onde buscava sua imagem
sem encontrar nada
além de uma pálida miragem.
Afinal, que rosto lhe definia?
quem era você sem o peso
de todos aqueles dias
vazios e descompensados?
eu lhe oferecia respostas.
Mas não era um espelho.
Você nem me notava.

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