A construção da intimidade entre
dois indivíduos é um processo de desnudamento. Não no sentido de revelar-se ao
outro, mas de deixar vir a tona através da convivência tudo aquilo que somos
sem o filtro do trato social e formalismos cotidiano. Todas as contradições,
manias, fantasias e tropeços existenciais deixam as sombras e passam ao
primeiro plano da troca intersubjetiva.
Conhecer alguém é um processo
difícil. Por isso normalmente não ultrapassamos a superfície das pessoas e não
somos mais íntimos dos outros do que somos capazes de suportar. A distancia é, em outras palavras, a melhor
garantia de sociabilidade.
Mas inevitavelmente, dada a
necessidade impulsiva de intimidade, acabamos estabelecendo relacionamentos mais profundos com alguns
poucos eleitos e correndo os riscos da intimidade. A probabilidade de sair ileso de tal experiência passa em
grande medida por nossa capacidade de suportar o outro.

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