quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

PÓS AMOR

Superei a idade de amar.
Já não sofro através do  outro
Minha própria solidão.
Aprendi a viver com os pés no chão.
Não perco mais tempo com fantasias.
Gosto sem grandes alardes,
Sem exageradas expectativas.
Sei que tudo esfria
E seguimos em frente.
Existencialmente estarei sempre sozinho.
Nenhum beijo ira mudar isso.
Porque perder meu tempo com aventuras?


PRELIMINARES

Posso gostar e querer ardentemente você
Enquanto não  te conheço
E não sei seus defeitos e segredos
De simples chatice cotidiana.

Levará algum tempo...
Mas iremos cansar um do outro.
Se tratando de afetos,
Somos todos inconformados
Desde o princípio dos tempos.
Vamos aproveitar o momento
Antes que a ilusão se quebre.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O PESO DE NOSSAS ESCOLHAS

O amor requer uma boa dose de paciência e auto controle. Não é coisa para qualquer um. Por isso a maioria vive relacionamentos imperfeitos onde um aprende a suportar o outro para precária manutenção de uma vida a dois pragmaticamente mantida.

De modo geral as pessoas preferem manter um relacionamento do que aventurar-se na solidão. Ignoram que a solidão tem suas vantagens. Assim como um relacionamento. Tudo é uma questão do que estamos dispostos a abrir mão. Ou abdicamos de um pouco de liberdade em função da necessidade do outro ou vice versa. Nenhuma das duas opções nos garante plena realização pessoal. Ao contrario, em ambos os casos enfrentamos o desafio de conviver com nossas frustrações.


UMA DOSE DE FANTASIA

Uma dor imaginava em mim
Sonhando sua paz.
Tanta fantasia me dizia seu nome,
Sua voz,
Que eu já nem sabia o grito
Em que eu existia em saudade.

Tudo era o delírio, a febre
E a desmedida urgência de inventar algum motivo
Para estar com você novamente.

Mas aquela dor que imaginava em mim
Era apenas um artifício contra a solidão,
Uma convincente ilusão
Através da qual você se reinventava
Dentro de mim.

Fantasiada de perfeição.

SEPARADOS

Tento sorrir e fingir que tudo esta bem.
Ainda mantemos a civilidade
Apesar de todas as feridas.
Ignoramos o nítido desconforto
De saber ainda um do outro
Quando tantas distancias
Nos definem juntos.
O passado esta morto.
Mas ainda estamos presos
Em suas ruinas.
O amargor do desencontro

É a mais viva herança de um belo encanto.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

SOLITUDE ABSOLUTA

Há momentos em que tudo que queremos é estar a margem dos outros.
Falo daquelas horas em que fechamos as portas ao mundo,
Em que nos surpreendemos tão cansados de nós mesmos que qualquer dialogo não vale o esforço.

Invadidos por uma profunda preguiça existencial esvaziamos a mente
e esgotamos as horas na banal rotina de beber e comer por simples capricho.

Como é bom entregar-se as vezes ao simples tédio, ao ócio e a preguiça
até que a melancolia nos pese no corpo como um sono profundo
ou uma má vontade de viver.

Companhia alguma faz sentido quando nos fartamos de existência.



terça-feira, 20 de dezembro de 2016

SEXO CASUAL

Sexo casual as vezes acontece.
É como um encontro de carências
através do qual, contraditoriamente,
tentamos excluir o emocional.

Como se fosse possível conter a imaginação,
afastar nossos medos e esconder segredos
enquanto o corpo fala em silêncio.

Mesmo quando tudo é provisório e descartável,
buscamos a eternidade de um instante insignificante,
Recusamos  nossa essencial finitude
mesmo quando aceitamos o nada
como princípio de todo relacionamento possível.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A SOMBRA DE AFRODITE

A vaidade torna a beleza banal,
Uma mercadoria barata no jogo da sedução.
Afinal, a beleza não tem rosto próprio.
Pode estar em qualquer pessoa,
Perdida  em qualquer parte
Esperando apenas uma oportunidade.
Depois de explorada perde o encanto.
É preciso estar sempre se renovando
Na novidade de outra forma,
Outra pessoa.
A beleza se esgota em si mesma.
É impessoal encanto

Que não leva a um vinculo.

NOTA SOBRE INITMIDADE

A construção da intimidade entre dois indivíduos é um processo de desnudamento. Não no sentido de revelar-se ao outro, mas de deixar vir a tona através da convivência tudo aquilo que somos sem o filtro do trato social e formalismos cotidiano. Todas as contradições, manias, fantasias e tropeços existenciais deixam as sombras e passam ao primeiro plano da troca intersubjetiva.

Conhecer alguém é um processo difícil. Por isso normalmente não ultrapassamos a superfície das pessoas e não somos mais íntimos dos outros do que somos capazes de suportar. A  distancia é, em outras palavras, a melhor garantia de sociabilidade.


Mas inevitavelmente, dada a necessidade impulsiva de intimidade, acabamos estabelecendo  relacionamentos mais profundos com alguns poucos eleitos e correndo os riscos da intimidade. A probabilidade  de sair ileso de tal experiência passa em grande medida por nossa capacidade de suportar o outro.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

VONTADES BANAIS

O querer é feito de fantasias e desprezo pela realidade.
Por isso é comum cultivarmos desejos insanos,
Alimentar vontades absurdas e caprichos idiotas.

Sofremos carências frívolas e banais,
Necessidades artificiais e sonhos vazios.
Os vícios são nossas melhores virtudes
Pois nossas demandas frágeis.
Jamais seremos saciados desta fome irracional
Que é a vida.


Tudo que nos define é superficial.

CUIDADO COM O AMOR

Considerando todos os absurdos justificados pelo amor, tendo  a desconfiar da pureza deste sentimento. Ou pelo menos das motivações daqueles que fazem sua apologia. Amar , em muitos contextos, pode ser um sinônimo de obsessão e dogmatismo. O amor exacerbado é um caminho para o ódio e o fanatismo.

De modo geral, os amantes muito dedicados não são previsíveis. São capazes de tudo. Até mesmo de se voltar contra o objeto de amor se este, de alguma forma, mostrar-se indigno dos imperativos e idealizações sustentadas pela devoção amorosa.


Histórias de amor no fundo tem pouco em comum com suas versões ideais que abundam na ficção em desvairada afirmação do ideário do amor romântico.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

NÃO SE AMA APENAS UMA VEZ

Quem amou somente uma vez, nada sabe sobre a estranha arte de amar e seus segredos mais sombrios.
O amor é fluido, múltiplo e caprichoso.
Sempre transcende seu próprio objeto.
Amar é uma aventura incerta onde a conquista equivale a uma perda.
Esqueça tudo que lhe disseram sobre o amor.
Não seja vítima de seus sentimentos.
Não espere ser feliz para sempre.
Não faça declarações de amor.

MASSIFICAÇÃO



Ninguém é especial.
Não importa se bom caráter,
Nobre, inteligente,
Bonito ou rico.
Ninguém é especial.
Todas as vidas são iguais.
Não queira ter ao seu lado
Alguém especial.
Ninguém é especial.
Existe apenas a multidão.
Pessoas e mais pessoas
Amontoando rostos.
Não busque distinção.
Não queira ser diferente.
Não pense que você é importante.

Ninguém é especial.

DESENCONTRADOS

Tinha muitas coisas para lhe dizer.
Mas apenas parte de você
Parecia capaz de me ouvir.
A outra era indiferente.
Quase não me notava.
Alguma parte de mim
Também lhe ignorava.
E assim seguimos desencontrados

Até o fim da vida.

GOSTAR NÃO BASTA

Tive a impressão de ainda gostar de você.
Mesmo depois de tantos anos.
A surpresa de  um reencontro confundiu meu esquecimento,
Enganou meu sentimento.
Quase tive razões para duvidar do meu desamor.
Mas foi por apenas um instante.
Logo o passado me lembrou da realidade,
Dos tempos amargos que passamos juntos.
Gostar não basta,
Não sacramenta uniões
E nem garante venturas.


DEVIR E SENTIMENTO

Tudo aquilo que se torna demasiadamente familiar perde seu encanto. Gostamos de novidades, conquistas e descobertas. Tudo aquilo a que nos acostumamos se torna velho, ultrapassado.

Somos nômades por natureza. Não nascemos para estabelecer vínculos eternos. Se quer somos eternos. 

O sabor de cada momento nos faz volúveis. Não nascemos para o amor, mas para aventura e a fatalidade de uma busca constante pelo impossível.

É claro que existem aqueles que buscam negar o devir da existência, este eterno passamento absoluto, buscando através do amor, surpreender a eternidade na ilusão do instante.  


A SEDUÇÃO DA SOLIDÃO

É possível gostar de estar sozinho e, ao mesmo tempo, desejar companhia? Naturalmente que sim. Reconhecer as virtudes da solidão não nos impede de idealizar o outro como coadjuvante de nossa experiência intima. Mas tais idealizações nunca encontram eco na concretude dos diálogos concretos que a vida nos oferece.

Não sacrificamos nossa solidão sem a contrapartida de uma boa recompensa pessoal, sem a garantia de uma companhia que nos preserve livres e autônomos. Geralmente, ao contrário, o outro sempre espera que  nos enterremos  em  um relacionamento abrindo mão do essencial de nós mesmos. Assim, a solidão sempre se oferecerá como uma alternativa mais artraente.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O SOL INVADINDO O QUARTO

Fiquei ali deitado observando o sol invadir o quarto, Você continuava dormindo sem saber que a noite havia findado. Era um amanhecer intenso que prometia mais um insuportável dia de verão. Precisava ir embora. Deixa-la em paz com seus sonhos e me lançar contra o cotidiano insano que me esperava lá fora. Nada era simples como a luz do sol invadindo o quarto e anunciando o dia. Nem mesmo o dia  era simples...


Melhor seria poder ficar aqui ao seu lado apartado da realidade colecionando naufrágios  a margem da  realidade; assistindo o sol invadindo o quarto....

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

AMOR E MORTE

Aprendo a linguagem das sensações,
As urgências do corpo
E a inutilidade do pensamento
Quando a paisagem aberta do seu corpo
Me envolve  através dos sentidos.
Esqueço todas as apostas que fiz com a vida.
Não precisamos de promessas
E nem queremos viver de certezas.
Temos apenas um dia e talvez outro
Além da memoria viva do ultimo gozo
Que nos mata aos poucos.
O amor e a morte se beijam no escuro.
Mas só descobrimos isso
Quando tarde demais.


NÃO DIALOGUE

Sempre temos nossos motivos.
Principalmente quando estamos errados.
Aliais, quanto mais equivocados
Mais precisamos ficar exaltados.
Por isso não perco tempo com discussões.
Desisto fácil de ter razão.
Diálogos raramente acontecem
Neste mundo de antagonismos  e enfrentamentos.
O melhor a se fazer é sempre esta de partida

Quando conversas se anunciam.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

CONHECENDO PESSOAS

Sem saber
As pessoas fingem o que sentem.
Por isso não são confiáveis.
Tenha sempre isto em mente
Quando conhecer alguém.
Não espere muitos dos outros,
Nem queira nada de ninguém.
Viva de seus próprios enganos,
Destile suas emoções
E nunca se aproxime demasiadamente dos outros

Sob pena de se perder de si mesmo.

RELACIONAMENTO CRÍTICO

Não aceite as pessoas como são. Sempre critique seus defeitos, seus erros e não faça a mínima questão de concordar com elas. Quando possível recorra a indiferença. Mas nunca abra mão da observação cuidadosa do comportamento alheio e de certo distanciamento crítico.


Relacionamentos baseados no primado da afetividade ritualizada são artificiais, superficiais e não valem a pena.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

PAZ E AMOR

A noite passada dormiremos na varanda.
Sim. Isso ainda não aconteceu.
Dentro de mim o futuro já é passado
E o passado futuro
Como exige a loucura do amor.
Não reconheceremos o tempo e o espaço.
Apenas o momento eterno
Da emoção em movimento cego
E delírio.
O amor  será nosso estado alterado
De consciência.


TEATRO AFETIVO

Escutava suas palavras
Sem compreender o que dizia.
Todas as minhas  conclusões  eram pré- definidas.
Tinha no bolso todas as respostas necessárias.
Nossos diálogos seguiam um script.
Mas você resistia a personagem,
Como se fosse possível ser além da fala.
Cada um era prisioneiro do seu papel.
Não podia fugir aos imperativos da sociedade
Apesar de toda a rebeldia.
Acho que foi por isso que você se matou
E fechou para si mesma a cortina dos fatos.


ENCANTO DE AMOR PERDIDO

Nunca mais a verei novamente.
Mas guardarei o passado que vivemos juntos
Como um quase futuro,
Qualquer coisa a mais que uma  lembrança.
Você será um lugar dentro da memoria
Onde sempre visitarei
A melhor versão de mim mesmo.
Certos encontros nunca terminam,
São como um eco perpétuo dentro da gente

Atravessando a vida e os anos.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

CONFISSÕES DE UM ENAMORADO

Não tenho um bom coração.
Gosto apenas de quem me satisfaz as necessidades.
Vivo para minhas  vontades
E só acredito no mundo que existe no meu umbigo.
Os outros  só importam quando colaboram ou concordam comigo.
Não sou amigo, nem inimigo.
Apenas  busco o que preciso
Para atingir a felicidade.
Quero ser dono do seu amor

E pouco me importa sua felicidade.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

BUSCAR A SI MESMO


A intimidade é a consciência de que o outro não faz sentido,  que diálogos não nos aproximam e tudo aquilo que nos déssemos,  em algum momento será  esquecido.


Estamos sempre inventando algum adeus, saindo pela tangente em busca de novas formas de viver nossos próprios interesses.  Afinal, caminhos cruzados não se combinam. Os encontros sempre terminam e cada um segue sua própria sina.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

NÃO ESQUEÇA

É tão pouco este momento,
Este beijo e este sentimento.
Nada é eterno...
Só saberei quem realmente  somos
Depois deste instante passar.
Pois os fatos só existem quando lembrados
Depois que vividos.
A maior parte deles se perde cedo de mais
Nesta nossa eterna luta contra o esquecimento.

Amar é nunca esquecer.
Não mais que isso.

domingo, 27 de novembro de 2016

A SOLLIDÃO PERFEITA

É bom guardar alguém dentro da gente,
ter quem lembrar nos piores momentos
ou com quem viver  boas histórias 
para decorar o tempo .
Isso é tudo que importa:
compartilhar solidões com  a mesma pessoa
dia após dia.
Não há melhor maneira de se estar sozinho
e impor sentido a rotina vazia.
Infelizmente, a maioria das pessoas,
não suporta nem mesmo
a própria companhia.

sábado, 26 de novembro de 2016

DESAMOR

Ela era jovem demais
para entender seus próprios sentimentos
ou saber querer bem.
Se quer conseguia gostar de si
e esperava do amor
o absoluto de qualquer resposta.
Ninguém respondia as suas angustias
ou compreendia seu coração.
Aios poucos foi perdendo o encanto,
se isolando,
até acabar se afogando
no desespero infinito da solidão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

EQUIVOCO AMOROSO


Quantas vezes não tomei o amor como certo e ele se revelou incerto,  fantasia subjetiva contra as imaginações da realidade concreta.


O amor é de fato tão intenso como verdade quanto insano como realidade. Não é confiável... Por mais convincente que nos pareça um sentimento o sentimento do outro através do desejo. A única afirmação correta é que amar  contradiz  nosso natural estado de solidão. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

LEMBRANÇAS

Nada nunca foi perfeito.
Mas a lembrança reinventa
O passado,
Transforma o banal
Em excepcionalidade,
Só para criar a ilusão
De que um dia
A felicidade nos foi possível.
Desperdiçamos nossa nostalgia
Com lembranças requentadas
De tempos que não foram
Como agora são lembrados.
É preciso ter boas lembranças
E pensar que algum dia

A vida já valeu a pena.

A FALÁCIA DA FELICIDADE

Algumas pessoas  afirmam conhecer
A felicidade.
Duvido de sua sinceridade.
Pessoas realizadas não existem.
Todos lamentam qualquer coisa
Que se perdeu na vida
E procuram de alguma forma
Recuperar algum sonho antigo.
Somos sempre movidos
Por alguma decepção.
Estamos sempre em busca

De alguma ilusão.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

BYE BYE

Pensei em dar um passo
para encontrar seus olhos.
Mas desisti.
Seu resposta era uma paisagem deserta,
quase sem vida.
Não dizia nada a qualquer viajante.
Simplesmente, não valia a pena.
Antecipando o desastre,
voltei para casa
com as malas vazias.
A solidão do meu quarto
me dizia mais do que sua fantasia.

domingo, 20 de novembro de 2016

FORMALIDADES

Você julgava absurda a imprecisão das minhas palavras.
Mas nunca soube o quanto eu desconfiava dos seus discursos.
Todos os nossos diálogos eram dissimulados
tanto quanto nossas verdades de ocasião.
Era hábito nunca falarmos com o coração.
Gostamos de cultivar o pudor e sempre  nos evitar.
Frequentávamos o lugar comum do dito pelo não dito
sacrificando a sinceridade em nome da boa educação.
Como trocávamos apenas razões,
falar era fácil e respirar difícil durante o Jantar.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AMOR DESMEDIDO

A imprudência sempre acompanha o amor.
Sempre abraçamos a parcialidade,
o equivoco e a compulsão
para satisfazer
nossa grotesca necessidade
de amar.
O amor é a vontade elevada
a sua condição mais caricata
de capricho narcisista e egoísta.
Tenho medo daqueles que amam
com demasiada intensidade....

domingo, 13 de novembro de 2016

O AUTORITARISMO DE AMAR

Querer despretensiosamente
o bem de alguém
nunca nos é suficiente.
Precisamos lhe impor a felicidade
segundo nossa própria necessidade.
O amor é um pouco autoritário.
Sempre imagina o outro
mais real do que realmente é.
O amor é imprudente,
autoritário e cheio das opiniões.
Por isso dura tão pouco.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

OS RELACIONAMENTOS NÃO DEPENDEM DO AMOR

O amor não é suficiente para sustentar um relacionamento . É necessário também uma boa dose de paciência e certo desprendimento combinado a algum tipo de dependência do outro. Relacionamentos não servem aos ingênuos buscadores da felicidade e devotos dos bons e puros sentimentos. O amor precisa ter uma certa dose de maldade.
A maioria das pessoas leva a vida toda para perceber isso e, na maioria dos casos, só o percebem quando já é tarde demais para qualquer coisa.... 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

FANTASMA

Meu fardo é você...
ou talvez apenas o afeto
que me prende a você
quando na verdade
estou livre de tudo
e de todos.

Desvencilhado de mim
ainda adivinho você
quando  não está...
Como se fosse possível
saber sua companhia.

Nunca estivemos juntos
vivendo sob o mesmo teto.
Nunca estaremos juntos. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

ENTRE OS OUTROS



Chega uma hora em que dependemos mais dos outros
Do que de nós mesmos,
Que precisamos de apoio,
Saber alguém  como cúmplice de nossas indecisões
Refazendo escolhas e soluções.
Ninguém pode resolver tudo sozinho.
Por isso dependemos uns dos outros

Para  reescrever nossos próprios caminhos. 

A DECADÊNCIA DO ROMANTISMO

Embora seja  um tema ainda dominante na musica popular, sendo decantado em verso e prosa,  o ideal romântico saiu de moda, já não personifica a economia afetiva contemporânea em todas as suas nuanças.


Passamos a maior parte do tempo tentando ganhar dinheiro. O que sobra, perdemos em um lazer banal. Há muito pouco de pessoal e subjetivo. Entramos na era da objetividade virtual e convulsa onde todo gesto privado é pura performance. Os próprios sentimentos e afetividades são hoje um apêndice de nossas estratégias narcisistas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

TRANSPARÊNCIA

Para as pessoas de nosso convívio
Somos  demasiadamente previsíveis.
Não precisamos verbalizar  sentimentos,
Dar muitas explicações
Ou descrever algum problema.
Somos traídos pelo nosso comportamento.
Isso nos torna legíveis,
Quase transparentes.

O que muitas vezes

LEMBRANDO VOCÊ

Uma fotografia antiga
Para lembrar de você,
Que não estou sozinho
E que o amanhã está próximo.
Isso é tudo que preciso
Para dançar com o relógio,
Brincar com a sorte
E inventar felicidades
Contra a realidade.
Era pouco...

Mas era tudo que eu tinha
E poderia ter.

ROTEIRO DE UM GRANDE AMOR


Sempre existe qualquer motivo tolo
Para se justificar um amor
E repetir a eterna formula barata
Do querer distinto.
O amor é feito de lugares comuns,
De necessidade comuns.
Por isso é fácil escrever uma canção
De amor.
Basta seguir o excript desleixadamente,
Deixar acontecer.
Apenas acredite na realidade do jogo vazio

Do seu mais profundo sentimento raso.

ENTRE OS OUTROS





Não me importava viver sozinho.
O que me perturbava
É  ter, que mesmo assim,
Conviver com outras pessoas,
Vestir personas no grande teatro
Da sociedade humana
Fazendo de conta que o mundo
Faze sentido.
É justamente isso que me irrita,
Que quase me conduz ao desespero.
Estou cansado de fazer de conta,
De ser produtivo e cidadão

Enquanto a vida não funciona.

DO QUERER AO TEMPO

O tempo de amar é curto.
No máximo dura alguns anos.
Por isso importe-se mais
Com todos os outros tempos da sua vida:
O tempo de querer,
De crescer,
De perder e esquecer.
Há mais tempos do que posso dizer aqui.
Basta prestar atenção nos anos
E levar as últimas consequências suas agonias

E inalienável vazio dos outros.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

RELACIONAMENTO E INDEPENDÊNCIA

Quando compartilhamos a vida com outra pessoa aprendemos a viver um pouco através do outro nossa própria existência. Eis o que define um relacionamento de modo mais elementar. Existimos em dialogo. O que não é simples. Boa parte do tempo nos inventamos em desacordo. Nos sabemos através de nossas diferenças. De que outra forma poderíamos nos relacionar? A harmonia é um tedio. Precisamos de inquietudes e alguns pequenos e cotidianos tumultos para sabermos uns dos outros. Pois um bom relacionamento é aquele no qual preservamos nossa independência.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O TEMPO DO AMOR

Quanto tempo dura um amor?
Pois sei de antemão
Que ninguém se ilude com um sentimento
Por uma vida inteira.
O amor passa,
Corre sem rumo
Em direção ao nada.
É quase uma brincadeira
Que nos diverte

Até  redescobrirmos a realidade.

CARINHO

Deixe um pouco de amor sobre a mesa  antes de sair.
Amor pode ser qualquer coisa que me faça lembrar de você,
Qualquer objeto sem grande valor
Que me leve a sorrir
Apenas porque você existe.
Deixe um pouco de amor sobre a mesa.
Quem sabe um pedaço de bolo?
Só quero saber seu carinho,
Sua atenção e cuidado
Enquanto espero viver de novo

Entre os seus braços.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A SOLIDÃO DE AMAR

Todos os amores que vivi em minha vida me ensinaram, cada um a sua maneira, o valor da liberdade do outro como premissa de qualquer relacionamento. Em outros termos, o caminho para si mesmo é o outro. Passamos a vida toda tentando aceitar o fato de que estamos sozinhos e enterrados  em nossas indeterminadas subjetividades.