Era uma tarde mansa de domingo
onde acordamos preguiçosos e entregues ao ócio e ao grande nada da simples e
imediata existência.
Trocávamos palavras vazias e cronometrávamos
nossos gestos cotidianos e mecânicos compartilhando o superficial do tempo.
Estávamos juntos, mas isso não
queria dizer grande coisa. Muita coisa era mais importante do que estar juntos,
do que ouvir a voz um do outro e administrar a intimidade e o tédio das coisas.
Estávamos presos a um relacionamento
enfadonho e corriqueiro. Mas não esperávamos
nada da vida alem daquilo. Éramos pobres de imaginação e desejo.
No fundo o mundo é em sua
esmagadora maioria feito de pessoas resignadas, conformadas ao pouco do dia a
dia. Tratava-se disso: Não esperávamos grande coisa da vida e por isso suportávamos
um ao outro sem grandes questionamentos.
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