domingo, 20 de dezembro de 2015

A MISÉRIA DO CASAMENTO

Era uma tarde mansa de domingo onde acordamos preguiçosos e entregues ao ócio e ao grande nada da simples e imediata existência.

Trocávamos palavras vazias e cronometrávamos nossos gestos cotidianos e mecânicos compartilhando o superficial do tempo.
Estávamos juntos, mas isso não queria dizer grande coisa. Muita coisa era mais importante do que estar juntos, do que ouvir a voz um do outro e administrar a intimidade e o tédio das coisas.

Estávamos presos a um relacionamento enfadonho e corriqueiro.  Mas não esperávamos nada da vida alem daquilo. Éramos pobres de imaginação e desejo.


No fundo o mundo é em sua esmagadora maioria feito de pessoas resignadas, conformadas ao pouco do dia a dia. Tratava-se disso: Não esperávamos grande coisa da vida e por isso suportávamos um ao outro sem grandes questionamentos.

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