Relacionamentos baseiam-se não raramente na simulação de
sentimentos, escondem interesses e necessidades que pouco dizem respeito ao
ideal amoroso.
Não são poucos os relacionamentos sustentados por
conveniências, sejam de natureza financeira ou de status social. Por isso estar sozinho pode
ser, as vezes, uma questão de virtude, uma defesa contra a banalidade da
economia afetiva de nossa cultura.
O ideal romântico do amor eletivo
não é e nunca foi uma alternativa a
isso. Não passa de uma fórmula vazia para iludir os mais jovens e idealistas.
Relacionamentos e vínculos profundos
só são possíveis hoje em dia entre pessoas sóbrias, conscientes de si mesmas
e dispostas a respeitar o outro e suas
contradições e limites. Mesmo nestes casos, não se iludam com a possibilidade
de um equilíbrio e uma compreensão mutua plena. É típico dos seres humanos o vício do desentendimento e da incompreensão.
A verdadeira questão é saber o quanto duas pessoas podem acrescentar
e transformar uma a outra através do simples compartilhamento de suas vidas.
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