quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SOLIDÃO NIILISTA

Não sinto  falta de ninguém.
Estar sozinho é uma arte estranha
Onde não cabe alguém.
É um exercício subjetivo
Através do qual você percebe
Que somos todos
Meras caricaturas de nós mesmos
Buscando realizar
A utopia de rostos
Mal vistos no espelho.
Talvez eu me encontre
Através da acrobacia lunática

De algum novo pensamento. 

SOBRE A ATUALIDADE DO DITO E DO SENTIDO

A COMUNICAÇÃO TORNOU-SE TÃO ABSOLUTA QUE JÁ NÃO DIZ MAIS NADA.  A SUBJETIVIDADE FOGE CADA VEZ MAIS A PALAVRA. MAS AINDA SOMOS FEITOS DE PALAVRAS E NÃO DO IMEDIATISMO DE QUALQUER  SENTIMENTO PUERIL DAS COISAS.....
TALVEZ ALGUM DIA O EU VOLTE A DIZER O OUTRO ENQUANTO NOS DESENCONTRAMOS EM QUALQUER FRASE ERRADA NO LUGAR CERTO....

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O AMOR COMO DOENÇA

Para muitos o amor é um desejar doentio,
Um modo estranho de querer bem
Que mais afasta  do que aproxima.
As vezes nos enganamos como nossas boas intenções.
O amor pode ser amargo e sombrio
Como todas as coisas que nos definem
Como seres humanos.
Nem sempre precisamos do outro
Pelas melhores razões.
Tenho medo dos defensores  do amor,
Daqueles que o veneram cegamente

e o sabem intensamente.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O LUGAR DA SOLIDÃO NOS RELACIONAMENTOS

Há algo de profundamente artificial e monótono na linguagem amorosa. Demonstrar afeto constantemente através de palavras de carinho chega a ser mesmo tedioso e cansativo. Afinal, ninguém ama ou vive o amor o tempo todo. Normalmente estamos atolados em preocupações banais e pouco dispostos a dar atenção ao outro. Nem sempre estamos disponíveis ou dispostos a trocas afetivas. Na maior parte do tempo estamos simplesmente administrando a realidade, sobrevivendo ou, simplesmente, entediados.

Em qualquer relacionamento, a manutenção da privacidade, um pouco de solidão, as vezes, é a maior garantida de uma boa convivência. Precisamos estar sozinhos de vez em quanto. Isso não nos torna indiferentes ao outro, mas mais conscientes do seu lugar em nossas vidas. É sempre preciso observar e zelar pelas distancias que nos permitem estar próximos.


Em um relacionamento a solidão é uma virtude.

domingo, 23 de agosto de 2015

A MISÉRIA DA ALMA

Atualmente a ideia de alma deixou de ter qualquer conotação metafísica. Quando utilizada, a palavra remete aquela emoção introspectiva que nos define a relação afetiva que podemos  ter com pessoas e coisas. Trata-se da capacidade de comover-se, embriagar-se de sentimento. Assim, alma é aquilo que nos define a capacidade de viver emoções intensas, como endossa toda literatura romântica. Assim, alma remete mais ao sofrimento do que ao prazer, pois emoções  intensas  são essencialmente introspectivas.

Logo, relacionamentos não possuem alma, ou acabam se tornando idealizações infantis de um laço afetivo mais abstrato e sonhado do que realmente vivido. Relacionamentos são feitos de cotidianos e tédios, não de arroubos emocionais.


Então se alma é um sinônimo de amor, ela mais afasta do que aproxima pessoas.  

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

RELACIONAMENTOS E A FILOSOFIA DO ESPELHO

As pessoas procuram relacionamentos  porque não suportam dialogar com o espelho. Sempre precisam que alguém desminta as piores coisas que sabem sobre si mesmas. Não se trata de uma recusa da realidade, mas de uma insatisfação com tudo aquilo que nos define em nossa incerta singularidade, mais cultural do que propriamente biológica.


As pessoas não se suportam em alguma medida, por isso precisam  de companhia. Mas um relacionamento, ironicamente, nos faz perceber que o outro não é mais suportável do que nós mesmos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

RELACIONAMENTOS

Um relacionamento não é uma questão de amor. Trata-se de saber até que ponto você esta disposto a suportar determinada pessoa, até que ponto vale a pena condicionar seus atos, e as suas próprias demandas, as necessidades do outro. Trata-se de uma barganha onde inevitavelmente saímos perdendo. Mas, talvez, as vezes seja mais importante perder do que ganhar. Isso é uma coisa que cada um só pode descobrir por si mesmo.


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O ESPELHO DO DESEJO

Quando escuto meu nome em sua boca
tenho vontade de me enterrar em seus olhos
até não saber mais de mim,
esquecer toda a realidade
na inverdade do desejo e da fantasia
que me define em seu bem querer.

Tudo que importa é viver,
descrever esta inquietude
de não querer descobrir em você

qualquer coisa além de quem sou.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O AMOR NÃO COMPENSA

Todos estão em busca de um pouco de amor. Principalmente aqueles que não fazem a mínima ideia do que isso significa.  Amar se tornou banal. Algo que se vomita por ai sempre quando encontramos alguém capaz de nos suportar e  ouvir. Mesmo que circunstancialmente. Chega a ser ridículo o modo como as pessoas expressam afeto por pura compulsão ou incapacidade de suportar a si mesmo. Mas é exatamente disso que se trata. As pessoas só amam por uma questão de auto preservação e sobrevivência.


No final das contas é a solidão que aproxima as pessoas e não o amor. O amor é só o outro lado da solidão. Uma falsa justificativa para nossa incapacidade de administrar nosso próprio caos. Mas de um modo ou de outro sempre acabamos sozinhos no final.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A MISÉRIA DO AMOR ROMANTICO

Dizer seu nome,
pensando seu rosto,
lembrando seu perfume,
é  como reinventar dentro de mim
sua existência.

Sei que você não é
quem vejo,
o que quero,
mas apenas a passiva  parte
do meu desejo.

Eu lhe cubro de sonhos
para explorar sua realidade
esperando apenas descobrir
em seu beijo
tudo aquilo que ardentemente
adivinhei imprudente
através deste delirante estado

que chamam de amor.

AMOR E BANALIDADE

Quando toda forma
de bem querer
é confundida com amor,
já não há mais lugar
para a poesia.
Pois o próprio afeto
tornou-se tão banal
que já não passa
de uma nova forma
de mera indiferença.


domingo, 9 de agosto de 2015

SOBRE A OBJETIVIDADE DAS EMOÇÕES

“Se imaginarmos uma emoção forte e depois tentamos abstrair  da consciência que temos dela todo o sentimento de seus sintomas corporais, veremos que nada resta, nenhum “substrato mental” com que constituir a emoção, e que tudo que fica é um estado frio e neutro de percepção intelectual.”
William James

A emoção nos acontece apenas fisicamente e como uma projeção psicológica.

A emoção é apenas corpo. Não existe alma naquilo que sentimos... Todas as  vivências pessoais, culturais, ou sociais, são virtuais quando falamos de como percebemos as coisas.

sábado, 8 de agosto de 2015

QUAL O LUGAR DO OUTRO EM NOSSAS VIDAS?

Qual o lugar do outro em nossas vidas?

Não é uma questão simples de responder. Talvez seja importante não está sozinho. O que é o mesmo que dizer que o outro não faz diferença e o que realmente importa é ter alguma companhia.

Mas estar com alguém implica sempre em perder um pouco de controle sobre as coisas.  Então, estar com qualquer um pode ser pior do que estar apenas consigo mesmo. O que az diferença é estar com alguém que se importe com a gente. E isso é algo que conquistamos apenas quando também nos importamos. Mas nada disso é suficiente a longo prazo. Somos sempre ameaçados pelo impulso de viver de acordo com nossas próprias leis e não em acordo com a lei do outro.

Assim, voltamos ao ponto inicial: Qual o lugar do outro em nossas vidas? 

O DILEMA DOS RELACIONAMENTOS

Relacionamentos estão fadados na maioria das vezes a culminar em fracasso. As pessoas não estão dispostas a se suportar e, na medida em que melhor se conhecem, tendem a se afastar uma das outras.  Mas estamos fadados a buscar companhia porque também não suportamos estar com nós mesmos inventando monólogos e carregando a própria sombra.
Relacionamentos são um mal necessário. O que não significa que eles nos fazem felizes. Pelo contrário, eles nos ensinam o  quanto a existência humana é vazia e insignificante e tudo que fazemos não passa de efêmero sofrer o tempo em busca de si mesmo nas coisas.


Relacionamentos não duram. Mas precisamos vive-los como se fossem eternos. Quando você não faz isso, viola a si e o outro através de um conviver vazio igual aquele que define sua medíocre vida social.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O SENTIDO DA SEPARAÇÃO

Não quero parecer certo do que penso,
Mas aponto os erros que compartilhamos
No dia a dia do nosso fracasso.
Não ficamos juntos por conveniência,
Nem no deitamos por falta de opção.
Apenas rasgamos um ao outro
Sem esperanças de futuro
Até sangrar o sentimento
Que nos uniam,
Consumando o silencio
E o descaso
Que desde o inicio nos definia.

Muito me orgulho da nossa separação.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

QUASE ENCONTRO....

Talvez em algum lugar dos fatos
Exista um jardim
Onde possamos caminhar em segurança.
Talvez tudo esteja mais errado do que pensamos
A ponto do certo se fazer possível.
Mas você não existe...
Apesar dos fatos.
Imaginações acontecem dentro das coisas
Enquanto a gente se reinventa
No outro lado um do outro.
Mas você não existe.

O mundo não é real....

ACROSS THE UNIVERSE


Tudo que eu queria
Era sentir meus átomos unidos
Como um poema
Em movimento através do universo.
Tudo que eu queria
Era que tudo mudasse no mundo
Enquanto eu observo o céu noturno
Sonhando o vácuo e imaginando futuros  laicos.
Este mundo humano não é suficiente para mim.
Sou mais que o planeta em sua mente
E menos que um grão de areia na imensidão indecente.
Eu apenas percorro o universo
Como um poema diante dos teus olhos.
O passado não vai mudar isso.
Não vivo de tradições
Ou metafísicas e falsas abstrações.
Eu apenas  questiono o universo.
E , talvez, eu não passe de um corpo de papel
Onde as palavras procuram abrigo.
Tudo pode mundar meu mundo...

https://www.youtube.com/watch?v=fx8jnhZOxnQ


DEPOIS DE TODO FIM

Havia ainda entre nós aqueles que amavam medrosos  e desesperançados colecionando decepções. Eram os incorrigíveis buscadores de  ilhas afetivas que resgatassem do degredo o autentica vida perdida agora substituída por uma degradada existência que lhes definia o dia a dia.

Eram os mendigos do coração, os inconformados e carentes que peregrinavam sem rumo e migalhas de afeto pelo mundo. Eram os que não tinham nada. Os inaptos  que negando o velho mundo morto da tradição abriam, ao mesmo tempo, mão da ausência inevitável de todo futuro.

Mas eles pouco importavam. Eram tempos de insegurança e  incertezas. Ninguém se bastava a si mesmo, mas era desafiado pela sobrevivência a viver como se o fosse.


Ninguém mais tinha muito a dizer. Nem os advogados da velha cultura, nem os defensores do mundo novo. O ceu e o inferno coincidiam na face da terra. Justamente quanto toda metafisica revelara sua   quase eterna estupidez. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

CONVIVÊNCIA

Descrentes da eternidade
Viviam do para sempre
Do passar dos anos,
Cientes do efêmero
E do devir do convívio,
Do lírico acontecer
Mais profundo do caminhar
De mãos dadas.
Seguiam pelo tempo
Sem pensar no amanhã,
Sem esperar soluções,
Apenas  vivam do para sempre

Do passar dos anos.