Pouco me importa o mundo atual.
Não me edifico através de opiniões ou discursos de enciclopédias
e muito menos defendo valores universais.
Nada tenho a dizer
e pouco quero escutar.
Não acredito em amor ao próximo,
ou no progresso da humanidade.
Tudo isso não passa de uma grande balela.
Destesto as grandes cidades,
as autoridades, as artes,
e saberes que constituem o cânone da civilização ocidental.
A vida mora nos rios, desertos,
e florestas.
E há mais alegria na solidão dos loucos
do que na comedida vida vazia dos sábios de ocasião.
Por isso deixem-me em paz e sem instrução,
alheiro a ridícula novidade
dos seus cárceres digitais,
de seus empregos de merda
e consumismo irracional.
Minha vida não cabe neste detestável mundo novo
onde ninguém é mais feito de carne e osso.