Fala-se aqui com máxima franqueza sobre as representações contemporâneas das paixões e emoções que definem a dimensão instintiva em suas configurações humanas, apontando para uma superação do carcomido modelo do amor romântico apostando, ao mesmo tempo, no mais profundo sentimento do outro que define os amantes.
sexta-feira, 22 de abril de 2022
NOTAS SOBRE O VAZIO QUE HÁ EM NÓS
quarta-feira, 20 de abril de 2022
O EU FILÓSOFO
ANTI SOCIAL
sexta-feira, 15 de abril de 2022
O CAOS DO DIA
quinta-feira, 14 de abril de 2022
EGOCENTRISMO METAFÍSICO
terça-feira, 12 de abril de 2022
EROS COSMOGÔNICO
Oposto de Caos, vazio original do incriado, Eros é como força ordenadora e unificadora no quartenário primordial do universo.
Assim, ele aparece em Hesíodo e em Empédocles como um princípio de relação ou união que antecede os próprios deuses. Eros é como a premissa fundamental do mundo organizado, da passagem do caos ao cosmos. Neste sentido, ele é uma grandeza imanente, que se confunde com o jogo brutal de forças opostas que define o vir a ser da própria natureza entre o sagrado e o profano. Eros é, portanto, o pressuposto de tudo aquilo que é manifesto. Ser é composição, arranjo, encontro, relação e, como tal, expressão de Eros que, por sua vez, é esteril.
No cenário primordial além do tempo Eros e caos lembram, enquanto par de opostos cambiantes, a máxima alquimica "solve et coagula" (dissolver e coagular) que traduz a dinâmica da composição e decomposição dos corpos em laboratório durante a opus.
Na Teogonia de Hesíodo tal par de opostos é complementado por Gaia e Tártaro que formam uma segunda polaridade dentro do quartenário primordial onde as quatro grandesas sagradas coincidem entre si e dão origem as gerações divinas.
Os versos em que o quartenário primordial é apresentado na Teogonia são os seguintes:
"Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também
Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre,
dos imortais que têm a cabeça do Olimpo nevado,
e Tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias,
e Eros: o mais belo entre Deuses imortais,
solta-membros, dos Deuses todos e dos homens todos
ele doma no peito o espírito e a prudente vontade. "
Mas os versos da Teogonia não se demoram no falar sobre o incriado quartenário primordial já que o objetivo do poema é cantar a gloria de Zeus.
Mas o eros desta versão arcaica está muito longe do Eros do banquete de Platão; filho de afrodite e daimon que age entre os deuses e os homens. Ele surge aqui como grandeza cósmica inerente a constituição de toda possibilidade do Ser e do não Ser.