Os
relacionamentos humanos já não são os mesmos depois das redes sociais. Agora, nos
expomos mais uns aos outros, dando visibilidade a nossas opiniões sobre os mais diversos temas e conteúdos que circulam pelas telas dos celulares e computadores.
Além disso, nossos intercâmbios são cada
vez mais instáveis e condicionados a afinidades e antipatias ditadas por bolhas
comportamentais. Também banalizamos nossas experiências pessoais
reduzindo-as a chavões e estereótipos. No fundo somos quase zumbis semióticos acoplados quase o tempo todo a algum dispositivo de comunicação virtual.
É
cada vez mais difícil relacionar-se com alguém dispensando a exposição
constante no meio virtual, as trocas rasas e, muitas vezes, compulsivas, através
de aplicativos de conversas por celular. Ironicamente, quase não nos
enxergamos, pouco nos exploramos no plano das subjetivações, justamente quando
nunca foi tão fácil aproximar-se de alguem e manter contatos regulares. Surpreendentemente,
esta facilidade, longe de fortalecer laços afetivos, serviu para banaliza-los e
degrada-los. Na era da comunicação nos surpreendemos cada vez mais sozinhos na multidão digital
que nos abriga.