quarta-feira, 1 de agosto de 2018

CONSERVADORISMO AFETIVO



Apesar das mulheres terem relativamente se libertado na contemporaneidade dos papeis sociais que lhe eram consagrados pela tradição, de sua alienação na esfera domestica, seu lugar na sociedade ainda é condicionado a famigerada condição de “segundo sexo”. A ampliação das significações do feminino em nossa cultura ainda não foram capazes de engendrar novos modos de vida  capazes de despotencializar as codificações sexistas de poder masculino.

No plano das configurações afetivas as mulheres ainda vivem presas a uma cultura onde o privilegio da condição masculina define a maior parte dos relacionamentos. Os comportamentos abusivos são de modo geral naturalizados como um traço pseudo genético ou um padrão cultural socialmente tolerável e, não raramente, aceitável. Muitas mulheres chegam ao ponto de comungar de um ideal tradicional de masculinidade.

O que me parece decisivo na definição dos relacionamentos tóxicos é justamente a incapacidade que tantos homens e mulheres apresentam para expressar suas emoções e construir vivencias que recusem os estereótipos infantis do amor romântico. No fundo as praticas afetivas ainda são influenciadas pela eleição e idealização da pessoa amada, pelo laço conjugal fundado pela família monogâmica hétero erótica como unidade elementar da vida social e das relações pessoais.


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