Pode-se pensar o sentimento como
uma disposição mental em relação ao outro, como uma empatia cuja fundamentação é
uma escolha subjetiva e pessoal associada a projeções irracionais.
A versão
metafisica do sentimento ou do amor como Agape ou pilhia, a gosto dos teólogos, absolutamente não faz
sentido aqui, pois tomamos sentimento como sinônimo de desejo, como conversão
do outro a um objeto ou parte de nossa experiência do real. Assim, não se trata
de um compartilhar comum de experiências, mas sempre de uma instrumentalização
do outro tendo por motivação nossas naturais disposições narcísicas.
Assim, falar de amor e da experiência do
outro, deve levar sempre em consideração nossas constelações subjetivas e
pessoais, cujas motivações nunca estão
associadas a abstratos ideais de solidariedade gratuita. Sentimentos são
manifestações de um querer, um querer sempre pragmático e voltado para nossos
apetites.

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