quarta-feira, 9 de março de 2016

ANATOMIA DO SENTIMENTO

Pode-se pensar o sentimento como uma disposição mental em relação ao outro, como uma empatia cuja fundamentação é uma escolha subjetiva e pessoal associada a projeções irracionais. 

A versão metafisica do sentimento ou do amor como Agape ou pilhia,  a gosto dos teólogos, absolutamente não faz sentido aqui, pois tomamos sentimento como sinônimo de desejo, como conversão do outro a um objeto ou parte de nossa experiência do real. Assim, não se trata de um compartilhar comum de experiências, mas sempre de uma instrumentalização do outro tendo por motivação nossas naturais disposições narcísicas. 

Assim, falar de amor e da experiência do outro, deve levar sempre em consideração nossas constelações subjetivas e pessoais, cujas  motivações nunca estão associadas a abstratos ideais de solidariedade gratuita. Sentimentos são manifestações de um querer, um querer sempre pragmático e voltado para nossos apetites. 

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