Relacionamentos encontram-se hoje
em dia presos a tantas falsas definições e fórmulas opacas, a tanta imaturidade
e demência emocional, que o quanto mais o buscado menos o encontramos em nossos
desertos cotidianos. As pessoas andam cada vez menos dispostas ou capazes de
se relacionarem verdadeiramente. Considero isso uma falência da cultura em que
vivemos tanto em suas formatações
conservadoras quando supostamente progressistas ou “liberais”.
O vinculo entre os seres humanos
anda cada vez mais fluido, incerto e instantâneo. E não proponho nenhuma volta a ideia abstrata
e totalitária de “comunidade” ou “sociedade”.
A verdadeira questão para mim é a incapacidade dos indivíduos de
suportar e lidar com um mundo onde sua própria individualidade acontece em estado crepuscular, onde somos
julgados e aceitos por nossa maior ou menor adequação “ aquilo que todo mundo
sabe ou pensa viver” no lugar de uma vida autêntica e plena de significações
subjetivas.
Infelizmente, quanto mais
secularizadas as crenças religiosas, mais o profano foi contaminado pelo veneno
mortal de uma codificação sagrada do
próprio secular.
Tal diagnóstico nos ajuda a compreender a falência
da compreensão mutua das consciências atomizadas na contemporaneidade.
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