Nunca fui do tipo que teve muita
sorte. Estou sempre lutando contra o acaso, já que não acredito em destino. O
fato é que nada nunca sai para mim como o planejado. É verdade que não planejo
muito. Nunca fui destes que acham que
estão no controle das coisas. Na maior parte do tempo sou vitima das
circunstâncias ou das não pensadas consequências
inesperadas dos meus atos.
A vida é estar em alguma
medida fora do controle e cometendo
alguma idiotice como se aquilo fosse a maior verdade do mundo. Não há quem já tenha se arrependido de ter
apostado em alguma certeza, não há quem
já tenha errado mais do que achava que deveria.
É realmente engraçado como as
convicções enganam. Nossas opiniões são
tão volúveis quanto nossos sentimentos.
Não podemos confiar, afinal, nem mesmo em nossa própria sombra. Somos os
primeiros a nos meter em enrascadas.
Por isso digo que sentimentos e
afetos nunca são o bastante para definir qualquer relacionamento. Em grande parte qualquer relacionamento é um
delicado equilíbrio cotidiano entre
perdas e danos, quase um jogo de intimidade onde, por mais paradoxal que possa
parecer, é a razão que define os potenciais de futuro e longevidade.

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