domingo, 31 de maio de 2015

DEPOIS DO AMOR ROMÂNTICO

Superei todas as ilusões possíveis no que diz respeito as venturas de uma experiência amorosa.

O amor não anda valendo muito apena. Não  dá mais boas histórias. Na verdade, é a falta dele que vende livros e jornais.
As pessoas nunca souberam tão mal uma das outras. Chega a ser nojento a forma como as coisas acontecem hoje entre duas pessoas na intimidade de quatro paredes.


Vivemos algo como uma espécie de pós revolução sexual onde a principal consequência foi a falência da fórmula hipócrita do amor romântico. Mas nada ficou no lugar da fantasia, nenhuma nova economia afetiva substitui a “velha ordem” carcumida. Ficou apenas uma espécie de caos afetivo e sensualista.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

LIMITES DA AFETIVIDADE

O amor é a mais delicada forma de auto engano.
Pois toda emoção é superficial e volúvel
No irracional do sentir.
Arde como chama que se consome
Na vida breve do teu calor.
Todo sentimento está fadado
A se tornar um dia mera e cruel
Indiferença.


terça-feira, 26 de maio de 2015

BREVIDADE

Um dia brinquei com seu riso
E a vida pareceu boa.
Hoje, entretanto,
Teu olhar jaz distante
E já não sei mais
O prazer do teu sorriso.
A vida mudou
E passou pela gente
Desprenciosa e apressadamente.


segunda-feira, 25 de maio de 2015

O PRECIPÍCIO DO AMOR

De todo meu querer
Ficou tão pouco
Que não cabe no sentir
Do falso essencial das coisas.

Não há infinitos em um instante
Nem alma nas pessoas.
Apenas este gosto sujo de momento
Que nunca eterniza um encontro.

Estamos todos passando um pelos outros,
Sempre seguindo em frente
Fugindo de nós mesmos em cada beijo
Fingindo que não avançamos sempre

A precipitação no nada. 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

DISPERSÃO

As palavras que tenho
Já não são suficientes
Para compor se quer
Um poema.

Não formam uma única frase,
Não se entendem,

Como se fossem gente.

AMOR LÍQUIDO

Não viverei da migalha
Do amor barato e descartável,
De beijos de ocasião
Ou do superficial dos impulsos.

Não vou desperdiçar emoções
Com o vazio de um abraço
Onde não nos entrelaçamos,
Onde nos desencontramos
Na intimidade de uma única noite.


SOBRE A NECESSIDADE DE AMAR


Amar é um ato imaginário contra si mesmo,
Um perder-se no outro
Até o limite do desespero de não suportar a si mesmos.
Definitivamente, precisamos dos outros,
Necessitamos desesperadamente de encontros,
Mesmo nos desencontrando tanto,
Nos perdendo tanto...
Amar é um sofrimento dialógico.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O INCONVENIENTE DE AMAR

O amor não mudou nada,
Só me tirou a esperança
E desfez para sempre
A fantasia de que um dia
A vida poderia ser enfeitar de alegria.
Amar não deu certo,
Foi apenas um tropeço,
Um susto
Que me deixou irremediavelmente
Vazio.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A ESSÊNCIA DA SOLIDÃO

Todos os meus bons dias tornaram-se passado,
Pálidas recordações que levo no peito
Contra os desastres de hoje.
Transcendi todas as idades,
Todas as vontades.
Já não tenho para onde ir
Ou lugar para ficar.
Os dias sempre me acordam tristes,
Com aquele gosto amargo de suicídio,
De vazio.
Algo difícil de explicar.
Algo que só sabe
Quem ficou sozinho
A ponto de ser abandonado

Até mesmo por si mesmo.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

EM FIM, SOZINHOS NOVAMENTE

Estavam agora desfeitos
Todos os acordos, todos os desejos,
As vontades , acordos e beijos.

Do futuro jazia desabado no horizonte
Que um dia foi nosso.

Nada a ser mais dito,
Tudo desfeito.
Tínhamos finalmente

Recobrado o juízo.

Em fim, estavamos sozinhos
novamente.

RELACIONAMENTO COMO MONÓLOGO

A grande verdade é que nunca gostei de você.
Apenas daquilo que você significava para mim
Enquanto espelho vivo para as minhas mais intimas fantasias.

Sim. O amor é apenas qualquer espécie de alto engano
E eu também não fui capaz de atender aos seus subjetivos caprichos.
O que fazer? A realidade sempre nos contraria.

Não importa as estratégias adotadas
Todo  relacionamento,
Como a própria vida,
É um jogo que nunca iremos ganhar.


O MENTIR DO AFETO

É o mais digno ideal humano aquele que prega o nada sentir,
O distanciamento e a indiferença como principio de todo bom relacionamento humano.

Afinal,  as afetividades atrapalham, pervertem os sentidos e os pensamentos
Até o ponto de sermos traídos por nós mesmos.

Sentimento não nos leva a nada,
É algo sem forma, volúvel e abstrato
Que transforma as coisas naquilo que elas não são.


DIVÓRICIO

Já não lembrava direito o teu rosto.
Mas o sabor dos nossos dias comuns
Ainda ecoavam em meus afetos
Como a sombra de um sonho bom
Que me envolvia todo pensamento.

Era como se a vida tivesse parado
Quando nos deixamos,
Nos abandonamos a própria sorte.

Sentia , ainda, teu beijo como um destino
Do qual não deveria fugir.
Mas já era tarde demais.

E era melhor não ser diferente...

sábado, 16 de maio de 2015

POESIA E NIILISMO

Todo lirismo é estúpido,
Um ato de auto engano
Diante da realidade dos fatos.
A poesia não é lirismo,
É niilismo, sombra,
Escuridão e liberdade.
Crava no coração da realidade
A adaga da imaginação.
Viver e morrer
É uma simples questão de revolta

E indignação.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

A DOENÇA DE AMAR

Tudo que sei
É que ninguém ama alguém.
Ama-se apenas
O ato tosco de amar,
Esta triste ilusão de gostar e querer o outro
Como uma fantasia ou alegoria
De nossas carências e vazios.

O amor é egocêntrico e possessivo,
Quase uma doença
Da qual é impossível escapar.


quinta-feira, 14 de maio de 2015

AMOR E MORTE

Aquela garota era tão doida que me arrastou para o inferno.
Éramos tão imperfeitos um para o outro que nos beijamos forte
E esquecemos da vida nas imaginações de precipícios.
Ao Inal nos perdemos um no outro dos outros
E gritamos um foda-se para a porra da humanidade.
Era mais que previsível morrer no final.
O amor, afinal, é apenas um modo

De nos encontrar na morte.

DIVÓRCIO

Nada do que eu dizia podia acorda-la do sonho delirante de si mesma. Por outro lado, eu também não ouvia nada daquilo do que ela dizia. Não dava atenção as suas questões e dilemas. Vivíamos sob o mesmo teto, mas em mundos diferentes. Ela era toda argumentos e eu apenas indiferença.

Estávamos juntos ha tanto tempo que já não sabíamos mais nada um do outro.  Mas a verdade é que éramos do tipo que não sabia nada sobre a delicada arte da convivência. Estávamos mais preocupados em viver nossas vidas do que cuidar um do outro. Muito atentos aos defeitos, aos erros, as fraquezas e pequenas falhas que trocávamos diariamente.  


Descobrimos juntos, mas cada um do seu próprio modo, que um relacionamento, não arranca a solidão de dentro da gente. Estávamos condenados a ser solitários e, no fundo, sabíamos disso. Só tentamos lutar contra o trágico e tropeçamos em nossas malditas sombras. Não foi a primeira vez.  

DESPEDIDA

Vamos minha queria Dayse.
Já perdemos muito tempo
Enfiados um no outro sobre esta cama.
A vida real nos chama lá fora
Para sofrer e chorar um pouco
Os reveses de nossos destinos.
Não podemos viver para sempre
De orgasmos e sonhos.
A realidade cobra caro
Por cada ato desleixado
De irresponsabilidade e  insensatez.
Precisamos ir embora minha querida.
Não é o que eu quero.
Mas precisamos ir embora.
Levarei teu cheiro na minha pele,

Teu rosto em minha memória.

INDIFERENÇA

Não quero saber do dia seguinte,
Das pessoas e do nada que nos define o mundo.
Não quero saber de prazeres banais,
Do existir desbotado
Que teu rosto me oferece.

Não direi bom dia
Ou boa tarde.
Saberei apenas da noite
E do segredo da minha liberdade
De não querer saber de ninguém.


terça-feira, 12 de maio de 2015

A MULHER DO FIM DO MUNDO


Ela não ostentava beleza,
Mas tinha qualquer coisa
Que as outras mulheres não tinham.
Algo no jeito de olhar,
No modo de andar
E na voz que nos envolvia
E dizia mais do que as palavras.
Estar com ela
Era como estar em lugar nenhum.
Apenas em sua companhia.
Ela tinha o brilho da poesia
Em sua arte de ser simples,
Ao mesmo tempo  firme
E indecifrável.
Diante dela me sentia pequeno,
Mínimo e provisório
Abandonado ao tempo
De sua presença mágica.
Mas eu não sabia nada
Sobre aquela mulher.
Mendigava sua atenção
Como uma criança carente
E a escutava falar de suas agonias,
De seus sonhos e fantasias.
Queria desesperadamente
Entrar em seu mundo.
Mudar tudo com um beijo,
Enquanto a noite passava

Indiferente ao meu desejo.

O DESACONTECER DO AMOR

O amor desaconteceu em uma noite fria de outono,Desapareceu sem aviso prévio ou qualquer justificativa.Apenas deixou de dizer nossas vontades e vidasApagando do tempo todas as nossas premissas. Éramos agora, um para o outro,Meros desconhecidosComo se o amor, entre nós,De fato nunca houvesse existido.Sim. O amor desaconteceuE algo dentro de nósDefinitivamente morreu.


O LADO BURRO DO AMOR

As pessoas falam muito sobre o amor
Mas pouco  se importam com ele.
Afinal, você sempre perde quando ama,
Pois abre mão de boa parte de si mesmo.
Existe uma certa estupidez
No fato e ato de amar,
Uma burrice estrutural
Que define o radical
Do querer bem.
Por isso poucos estão dispostos
A esse negócio de amar.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

A MEDIOCRIDADE DO DESEJO

Quando você deseja alguém se transforma em um idiota. Faz coisas estúpidas e nega a si mesmo. Entrega-se tão profundamente a uma fantasia  do outro que se reduz a um idiota que se lança delirante em uma aventura trágica.

O amor lhe torna tão patético contra a alta de amor e o pragmatismo do sexo como diversão ilusória e vazia de simples  gozo do próprio ego em meio a um mundo onde o absurdo impera entre as pessoas.

Não sei mais até que ponto pessoas existem.  Tudo se tornou muito superficial, muito medíocre contra a imbecilidade do amor romântico.


Mas nada mais natural que o comportamento afetivo humano seja patético e deprimente....

MÁS COMPANHIAS

A maioria das pessoas faz de tudo para não ficarem sozinhas. Acho que não se suportam e precisam de atenção e de alguém sempre lhes dando algum subjetivo e relativo valor. O problema é que,  como contra partida,  este alguém espera que você faça o mesmo por ela. É quando começa  os desentendimentos. Ninguém esta disponível quando você precisa. Cada um tem seus próprios problemas e eles são sua prioridade.

Ao mesmo tempo, as pessoas sempre vão saber você de um modo que você não sabe.  Por isso é tão difícil conviver intimamente com alguém. A intimidade é uma ilusão cruel. Quanto mais você compartilha a vida com uma pessoa mais distâncias vai criando entre você e ela. E conversar normalmente não resolve. Só torna as coisas mais complicadas. É assim que funciona.


Normalmente a solidão vence no final, porque sempre nos surpreendemos em má companhia depois de algum tempo. 

MÃE

Jamais estarei fisicamente ligado a uma mulher
Através de um umbigo.
Jamais provarei o sabor de ser
Mais do que tudo aquilo que posso ser.
Jamais vou viver da minha mãe,
Fora do mundo
E dentro de mim.
Mas o amor é isso...
Estar tão profundamente
Dentro de alguém
A ponto de ser mais

Do que apenas si mesmo.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A VOZ DO BEIJO

Queria muito
Ouvir teu beijo em minha boca
Antes que me chegue o fim do mundo.
Queria viver você
Para saber de novo de mim.
Não precisamos de amor,
De um querer doente e sem rumo.
Precisamos apenas um do outro
Com calma e esperança
No compasso de uma dança.
Sim. Eu preciso ouvir teu beijo
E sentir tua voz em meus lábios
Como se fosse o último dia do mundo.


terça-feira, 5 de maio de 2015

A VERDADE SOBRE O AMOR

O amor nunca foi uma virtude. As afirmações contrárias  não passam de um engodo que nos foi imposto pela tradição judaico cristã que, contraditoriamente, nega o amor real da atração entre dois indivíduos que se comprometem profundamente  apenas  um com o outro.

 O cristianismo e sua  teologia do amor apenas perverteu  o  querer  egoísta e verdadeiro que nos acende o corpo e embriaga os pensamentos  através da arte de projetar-se no outro.
Não há falácia maior do que o princípio do amor ao próximo... Amar não é desinteresse.

O amor não cabe no abstrato da caridade,  no ridículo do querer o bem a um desconhecido  ou a vaidade da solidariedade. O amor é carne e pensamento embriagado e extremado. É algo pessoal  e egoísta .

NENHUM AMOR É VIRTUOSO... 
O AMOR É UM CÃO DOS DIABOS PARAFRASEANDO LIVREMENTE AQUI O VELHO BUKOWISKI.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

RAZÃO, ACASO E RELACIONAMENTOS

Nunca fui do tipo que teve muita sorte. Estou sempre lutando contra o acaso, já que não acredito em destino. O fato é que nada nunca sai para mim como o planejado. É verdade que não planejo muito.  Nunca fui destes que acham que estão no controle das coisas. Na maior parte do tempo sou vitima das circunstâncias ou das  não pensadas consequências inesperadas dos meus atos.

A vida é estar em alguma medida  fora do controle e cometendo alguma idiotice como se aquilo fosse a maior verdade do mundo.  Não há quem já tenha se arrependido de ter apostado em alguma certeza, não  há quem já tenha errado mais do que achava que deveria.

É realmente engraçado como as convicções enganam. Nossas opiniões  são tão volúveis quanto nossos sentimentos.  Não podemos confiar, afinal, nem mesmo em nossa própria sombra. Somos os primeiros a nos meter em enrascadas.


Por isso digo que sentimentos e afetos nunca são o bastante para definir qualquer relacionamento.  Em grande parte qualquer relacionamento é um delicado equilíbrio  cotidiano entre perdas e danos, quase um jogo de intimidade onde, por mais paradoxal que possa parecer, é a razão que define os potenciais de futuro e longevidade. 

domingo, 3 de maio de 2015

O VAZIO DE UM BEIJO

Havia pouca magia naquele  beijo,
Era quase mecânico,
Um modo de se esconder do tédio.
Era efêmero , insípido
E passageiro.
Pois entre nossos lábios
Havia apenas silêncio
E desencontro de sentimentos.
A tarde apenas estava azul
E um vazio nos apertava o peito.
Mas era apenas um beijo.
Não uma resposta

Aquilo tudo que nos doía.