Ao contrario do que sustentam os mais radicais defensores das “relações líquidas”, como nova configuração dos relacionamentos íntimos, a falência da fórmula idealista do amor romântico não implica na sua substituição por um padrão de relacionamentos instáveis e superficiais.
Pois ambas as estratégias de construção de laços intersubjetivos aqui mencionadas representam faces distintas de um mesmo problema: a incapacidade contemporânea dos indivíduos para lidar com sua passionalidade e afetividade.
Se no caso do amor romântico caia-se no erro das idealizações do outro e da conformação a determinados papéis sociais, no caso de “relacionamentos abertos”, é a inautenticidade dos vínculos que revela a fragilidade emocional dos parceiros e sua incapacidade de construir e estabelecer intercâmbios afetivos complexos e ricos.
Em ambos os casos, o paradigma da alteridade encontra-se ausente...

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