A individuação é o teleologico sentido da vida, se é que a vida faz algum sentido. E só nos tornamos individuados através do outro, quando somos capazes de sermos francos e honestos ao ponto de construirmos diálogos e trocas, preenchendo o tempo vivido com a intensidade da plena existência.
De certa maneira, compartilhar a vida com alguém é um árduo processo de aprendizado do abstrato fato de si mesmo.
Fala-se aqui com máxima franqueza sobre as representações contemporâneas das paixões e emoções que definem a dimensão instintiva em suas configurações humanas, apontando para uma superação do carcomido modelo do amor romântico apostando, ao mesmo tempo, no mais profundo sentimento do outro que define os amantes.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
AFORISMA DO NARCISIMO AMOROSO
Gostar de si mesmo através dos outros é uma premissa para os relacionamentos hoje em dia.
Nem mesmo precisamos explorar os obscuros cenários de nossas afetividades. Tudo que esperamos é que o outro, contrariando a si mesmo, corresponda a todas as nossas expectativas.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
A DECADÊNCIA DO BEIJO
A palavra amor,
De tão desgastada,
Não mais inspira
Os amantes
E um beijo
É apenas um beijo.
Não há mais tempo
Para afetos...
Apenas beijos,
Frios, mecânicos,
E rotineiros
Beijos...
De tão desgastada,
Não mais inspira
Os amantes
E um beijo
É apenas um beijo.
Não há mais tempo
Para afetos...
Apenas beijos,
Frios, mecânicos,
E rotineiros
Beijos...
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
POEMA DO AMOR PERDIDO
Lamento que meus sonhos
Tenham sido maiores
Do que minhas vontades
E eu,
Por pura vaidade,
Tenha tanto tempo perdido
Buscando o alívio
De não ser eu.
Queria tanto atender
De pronto
Todas as suas necessidades
Que me despi do rosto
Quando te beijei.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
A TRANSGRESSÃO DAS TRANSGRESSÕES
A transgressão das transgressões parece ser hoje a meta das novas codificações das afirmações politicas do discurso amoroso.
Desgastada, a formula da liberação sexual encontra-se tão desbotada quanto à do amor romântico e do matrimônio. A politização da sexualidade tornou-se tão patética quanto a opção celibatária.
É preciso pensar e representar o amor a partir de uma perspectiva nova onde o próprio amor já não se sustente como um paradigma autônomo desvinculado de outras paisagens e questões da vida privada e da economia das afetividades.
É preciso erotizar positivamente a existência ...
Desgastada, a formula da liberação sexual encontra-se tão desbotada quanto à do amor romântico e do matrimônio. A politização da sexualidade tornou-se tão patética quanto a opção celibatária.
É preciso pensar e representar o amor a partir de uma perspectiva nova onde o próprio amor já não se sustente como um paradigma autônomo desvinculado de outras paisagens e questões da vida privada e da economia das afetividades.
É preciso erotizar positivamente a existência ...
NUNCA MAIS DO MESMO
Nunca mais do mesmo de sempre acreditar que tudo um dia será diferente!
Nunca mais do mesmo!!!!!
Jamais outro beijo, mesmo que me mate o desejo.
Há sempre ilusão no sentir que ignora a mínima razão.
É como o sonho de um alucinado que tropeça na realidade
E se perde no desencontro dos seus próprios atos.
É pura alucinação!
Então que seja!
Nunca mais do mesmo de sempre acreditar que tudo um dia será diferente!
Nunca mais do mesmo!!!!!
Nunca mais do mesmo!!!!!
Jamais outro beijo, mesmo que me mate o desejo.
Há sempre ilusão no sentir que ignora a mínima razão.
É como o sonho de um alucinado que tropeça na realidade
E se perde no desencontro dos seus próprios atos.
É pura alucinação!
Então que seja!
Nunca mais do mesmo de sempre acreditar que tudo um dia será diferente!
Nunca mais do mesmo!!!!!
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
AFORISMA SOBRE A CONCRETUDE AMOROSA
A contraposição entre uma amorosidade orgástica e uma amorosidade “espiritualizada” é uma falsa problemática já que, de um ponto de vista mais contemporâneo, ambas as codificações não passam de caricaturas do amor, que em sua experiência concreta, esta sempre a meio caminho entre ambas.
O AMOR SÓ FAZ SENTIDO QUANDO TERMINA
O tempo que reaparece quando recordamos uma experiência amorosa revela a afetividade como uma fala anônima que se faz presente na exata medida que exilada. Pois só podemos qualifica-la a partir de um distanciamento. Mesmo que as significações do amor não sejam isentas de expectativas subjetivas ou até mesmo da falta delas.
Uma relação amorosa só pode ser devidamente avaliada quando termina. É quando ela ganha efetivo significado na experiência biográfica dos amantes.
AS METAMORFOSES CONTEMPORÂNEAS DO AMOR
O papel tradicionalmente submisso e passivo do feminino nas relações amorosas vem sido desconstruído de modo a impactar significativamente sobre as estratégias de construção dos envolvimentos amorosos, que cada vez mais extrapolam as formulas de sedução e o discurso amoroso conservador masculino baseado na retórica artificial do amor romântico.
A legitimação do amor homossexual também vem contribuindo para essa reinvenção das sensibilidades e dos discursos.
Somos cada vez mais livres para requalificar o amor e reinventar as formulas amorosas. Talvez o mais decisivo neste processo seja a incorporação despudorada de nossas fantasias mais profundas como componente central da construção de um envolvimento amoroso entre duas pessoas concretas e complexas.
A legitimação do amor homossexual também vem contribuindo para essa reinvenção das sensibilidades e dos discursos.
Somos cada vez mais livres para requalificar o amor e reinventar as formulas amorosas. Talvez o mais decisivo neste processo seja a incorporação despudorada de nossas fantasias mais profundas como componente central da construção de um envolvimento amoroso entre duas pessoas concretas e complexas.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
AMOR ROMANTICO x RELACIONAMENTOS ABERTOS: AS DUAS FACES DA FALÊNCIA DA INTIMIDADE
Ao contrario do que sustentam os mais radicais defensores das “relações líquidas”, como nova configuração dos relacionamentos íntimos, a falência da fórmula idealista do amor romântico não implica na sua substituição por um padrão de relacionamentos instáveis e superficiais.
Pois ambas as estratégias de construção de laços intersubjetivos aqui mencionadas representam faces distintas de um mesmo problema: a incapacidade contemporânea dos indivíduos para lidar com sua passionalidade e afetividade.
Se no caso do amor romântico caia-se no erro das idealizações do outro e da conformação a determinados papéis sociais, no caso de “relacionamentos abertos”, é a inautenticidade dos vínculos que revela a fragilidade emocional dos parceiros e sua incapacidade de construir e estabelecer intercâmbios afetivos complexos e ricos.
Em ambos os casos, o paradigma da alteridade encontra-se ausente...
Pois ambas as estratégias de construção de laços intersubjetivos aqui mencionadas representam faces distintas de um mesmo problema: a incapacidade contemporânea dos indivíduos para lidar com sua passionalidade e afetividade.
Se no caso do amor romântico caia-se no erro das idealizações do outro e da conformação a determinados papéis sociais, no caso de “relacionamentos abertos”, é a inautenticidade dos vínculos que revela a fragilidade emocional dos parceiros e sua incapacidade de construir e estabelecer intercâmbios afetivos complexos e ricos.
Em ambos os casos, o paradigma da alteridade encontra-se ausente...
NOTA SOBRE AFETIVIDADE
Não há verdade naquilo que se sente.
O afeto é uma eleição irracional que inutilmente buscamos justificar e até mesmo domar.
Pouco nos importa se a grande verdade é que todo afeto não passa de uma concreta fantasia, uma necessidade instintiva, quase infantil, de se vincular aos outros.
A maioria das pessoas não possui maturidade emocional para lidar com isso. Mas todos acham que precisam de amor....
O afeto é uma eleição irracional que inutilmente buscamos justificar e até mesmo domar.
Pouco nos importa se a grande verdade é que todo afeto não passa de uma concreta fantasia, uma necessidade instintiva, quase infantil, de se vincular aos outros.
A maioria das pessoas não possui maturidade emocional para lidar com isso. Mas todos acham que precisam de amor....
INCAPACIDADE HUMANA
Não são os amores
Que não dão certo.
São as pessoas
Que são incapazes
De conviver com
O intimo do outro
Como não se entendem
Com o próprio eu.
Que não dão certo.
São as pessoas
Que são incapazes
De conviver com
O intimo do outro
Como não se entendem
Com o próprio eu.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
RELACIONAMENTO E EGOISMO
Sentimentos nunca vem em primeiro lugar na cotidiana negociação da intimidade que caracteriza a vida privada. Não surpreende, portanto, que a grande maioria dos relacionamentos tenha por base convenções e conveniências e que a maioria dos casais entenda o amor como o exercício do egoísmo através do outro.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
QUANDO O OUTRO QUASE NÃO EXISTE...
O fortuito e o casual de nossa economia sexual, a troca impossível que define a dinâmica dos relacionamentos, torna a vida amorosa uma enfadonha rotina de desencontros.
Já não nos dizemos nada uns aos outros; apenas não queremos ficar sozinhos e nos conformamos as escolhas mais óbvias e pragmáticas.
Pode-se afirmar com razoável segurança que vivemos tempos de profunda banalização dos sentimentos e das emoções onde envolvimentos amorosos são quase um evento social e não um intercâmbio de intimidades e subjetividades.
O outro quase não existe...
Já não nos dizemos nada uns aos outros; apenas não queremos ficar sozinhos e nos conformamos as escolhas mais óbvias e pragmáticas.
Pode-se afirmar com razoável segurança que vivemos tempos de profunda banalização dos sentimentos e das emoções onde envolvimentos amorosos são quase um evento social e não um intercâmbio de intimidades e subjetividades.
O outro quase não existe...
ENCONTROS BANAIS
Já não diz nada
O beijo,
O compartilhado calor
Dos corpos.
Nada significa o encontro,
A prosa vazia e rala
Entre corações medíocres.
Romances ricos em tedio
Proliferam em noites de verão
Até o limite do vazio humano.
O beijo,
O compartilhado calor
Dos corpos.
Nada significa o encontro,
A prosa vazia e rala
Entre corações medíocres.
Romances ricos em tedio
Proliferam em noites de verão
Até o limite do vazio humano.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
DISTANCIAS E RELACIONAMENTOS
Vivemos tempos onde a simples percepção dos abismos que definem a distância entre o eu e o outro tornou-se a grande premissa de qualquer dialogo e compartilhamento de um mundo comum.
Em outras palavras, são as abstratas distancias entre nós que ditam, paradoxalmente, nossas estratégias de relacionamento...
Em outras palavras, são as abstratas distancias entre nós que ditam, paradoxalmente, nossas estratégias de relacionamento...
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
PASSIONALIDADE
Vagas e abstratas
São as realidades afetivas
E, entretanto,
Tão concretamente intensas,
Que nos espantam.
Custa crer que se curvam
Ao julgo de qualquer lei
Ou princípio
Quando se apoderam da consciência,
Quando nos impõem pensamentos
Em desvarios emotivos.
Dominados pela passionalidade
Somos escravos do que sentimos...
São as realidades afetivas
E, entretanto,
Tão concretamente intensas,
Que nos espantam.
Custa crer que se curvam
Ao julgo de qualquer lei
Ou princípio
Quando se apoderam da consciência,
Quando nos impõem pensamentos
Em desvarios emotivos.
Dominados pela passionalidade
Somos escravos do que sentimos...
O TRÁGICO DE AMAR
Ama quem quer
Para sempre o impossível,
Que inventa virtuais realidades
Contra a aridez dos fatos
E sofre...
Sofre como quem sente
Tão certa a ilusão do outro
Que a confunde com qualquer destino
De pensamento e de carne.
Para sempre o impossível,
Que inventa virtuais realidades
Contra a aridez dos fatos
E sofre...
Sofre como quem sente
Tão certa a ilusão do outro
Que a confunde com qualquer destino
De pensamento e de carne.
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