segunda-feira, 28 de outubro de 2013

individualidade e enamoramento



A maior parte das pessoas fala do amor como um sentimento, como uma afinidade eletiva. Contrariando  este preconceito tão cantado em verso e prosa, o fato é que o fenômeno do enamoramento é um jogo psicológico, uma projeção que define o outro como  um algo perdido dentro de nós mesmos.
 O desejo não está naquela pessoa que compulsivamente nos prende todas as atenções e intenções, seu objeto é  o algo mais que aquela pessoa desperta dentro da gente como um imperativo.
Este “algo mais” que acessamos através de emoções e fantasias revela a insatisfação com aquilo que somos, o quanto a consciência de si e do mundo é insuficiente ao nosso bem estar psicológico enquanto indivíduos em um mundo em constante desconstruções.
O mais irônico nisso tudo é que qualquer  relacionamento possível responde as nossas inquietações mais intimas.  

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O AMOR É TRÁGICO

O amante é um ser enganado
Que mente aquilo que sente
E se perde em sua própria farsa.
Quão desvairado
E tolo
É aquele que ama?!
Vitima mesquinha
Da atração fatal
Do objeto absoluto
Da ilusão de um desejo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A MISÉRIA DOS AMANTES

Tenho medo da fragilidade
Dos amantes
Expostos um ao outro
Entre sentimentos e apostas,
Buscando o mais intenso
Da existência entre opostos,
Sonhando sem referências
Com o incerto
De um destino profundo e  mútuo

Tenho vivido de ausências
E reticencias,
Estado impreciso e incerto 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

TEMPO DE AGORA

Vivemos tempos de desencontros íntimos,
De crises de relacionamentos
E  de relações  insossas.
Vivemos tempos de solidão
E descaminhos
Onde a ilusão é exibida nua
Em praça pública
E um beijo não diz sentimentos.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

PORQUE TODOS FALAM DE AMOR?

A maioria das pessoas é emocionalmente limitada, fatalmente solitária e naturalmente obtusa em seus relacionamentos íntimos.
De modo geral, o eu e o outro nunca se encontram de modo satisfatório de tão diluídos  no efêmero da pragmática cotidiana.
Talvez por isso tantos falam de modo ingênuo  ou neurótico sobre o  amor apostando nele suas piores fichas...

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MINHA FORMA DE AMAR

Não sou destes
Que apostam em amores
Perfeitos,
Que se enganam com um beijo
Ou fingem amar ao próximo
Como a si mesmo.

Amo como quem dorme,
Como quem se esquece
Em um sonho
Que reinventa a própria realidade
em novos sentimentos de mundo.

MEU AMOR

Meu amor passeia
Entre o claro e o escuro,
Entre a certeza e a dúvida,
Crescendo na exata medida
Em que se reinventa
Na aventura do encanto
De cada novo encontro
Que no tempo o esgota.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

NAQUELA NOITE

Naquela noite fria,
Até as estrelas do céu pareciam chorar
De tédio e fastio.
O turvo da solidão cobria as ruas
E calava as pessoas.
Música alguma corria no ar.
Todos os bares estavam fechados.
Não havia lugar para ir ou onde ficar.
Apenas uma mulher semi nua
Dançava na praça e sorria
Enlouquecida.
Seu nome era Ausência,
Sobrenome Partida.
Aquela filha bastarda
Da poeira e da poesia.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

DIALOGOS

Todo dialogo é  feito de coisas ditas e não ditas. Por isso ´w difícil saber o outro, ler seus silêncios até o ponto de escutar seus pensamentos. Normalmente optamos pelo caminho mais fácil de uma sincera incompreensão...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

QUASE UTOPIA


Sofríamos o urgente tempo
De correr contra os fatos
E certezas do cotidiano
Perseguindo o rabo de um sonho.
Não eramos felizes,
Nunca fomos felizes,
Tínhamos apenas
A sombra daquele sonho
Que desesperadamente
Nos escapava...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A MIOPIA DA PAIXÃO

Quanto tempo dura
Um encontro,
Um beijo
Ou uma separação?

Qual o preço
De nossa ilusão,
De nossas palavras
Trocadas,
Quebradas,
Pelo selvagem vento
Do desencontro de  uma paixão?

terça-feira, 1 de outubro de 2013

DECADENCIA DO AMOR ROMANTICO E NOVAS AFETIVIDADES

Vivemos tempos de relacionamentos efêmeros, de vazios íntimos combinados ao dialogo surdo de afetividades descartáveis onde o medíocre e o ordinário dão o tom de pseudos encontros.

Os intercâmbios afetivos dão  lugar a frivolidade e ao desnutrido pragmatismo do não comprometimento real com o outro cuja visibilidade restringe-se ao imperativo do gozo.
A miséria do amor romântico é assim substituída pelo amor da miséria do intimo, do vazio que hoje formata nosso modo de estar no mundo. 


A decadência das formas tradicionais de afetividade deve pressupor algo mais do que a fácil opção pelo seu radical oposto, mas uma construção ou reconstrução  generosa de nossa inalienável fragilidade humana.