Seu mundo,
sua realidade,
não passam agora de pálida lembrança
dentro e além de mim.
De alguma forma
ele está morto, como seus pais,
e eu mesmo já não existo tanto
além do seu pálido vestígio,
pois viver é ser no passado que mata o futuro.
Sei que a existência é feita de muitas realidades que não existem mais,
de mundos perdidos
e vidas que acabam cedo demais.
As vezes me pergunto
Se não passo de uma sombra oca
de uma vida que só existe como miragem
no indeterminado espaço de tempo que lhe circunscreve.
Quão distante estou hoje, afinal,
do meu menino morto?
Neste momento, bem sei,
há muitas mortes acontecendo
em meu íntimo
pela impossibilidade
de me tornar outro,
ou redescobrir um pouco
do menino morto dentro de mim.
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