Não posso
fugir do presente,
visitar meus passados,
buscar uma melhor compreensão de mim mesmo,
Porque o passado não existe.
Ele se perdeu para sempre,
entre muitas versões de nós,
em absoluto silêncio,
em meio a absurda inconstância
de todas as coisas.
Quanto ao meu eu antigo,
nem mesmo deixou vestígios.
Desapareceu do mundo
como se nunca houvesse existido.
Já o eu que atualmente me define,
apresenta-se como indecifrável enigma
figurando além de mim e do mundo
como um inesperiente e relutante ator
adivinhando um tempo perdido
onde a vida era mais simples
e no qual todos estavam vivos.