terça-feira, 25 de janeiro de 2022

OBJETIVIDADE E PERDA DO MUNDO

A vida foi reduzida ao quase  viver de uma objetividade sem substância. O corpo e o sistema nervoso não conhecem mais harmonia na experiência da consciência e dos sentidos. 
Pois no congestionamento dos signos, reduzidos a um fluxo desmedido de Informações,  o mundo não é mais passível de representação. Ele foi substituído pela experiência do simulacro do seu duplo midiático, reduzido a centenas de imagens quase ilegíveis no labirinto de significações fragmentadas que desfilam pelas telas do virtual em frenétuco fluxo irracional. Desejo e consumo definem nossa precária posse do mundo vivido, nosso fragil equilibrio emocional e padrão de percepção.  O mundo e a vida, binário condicionante de nossa social condição de viventes, tornou-se fonte de angustia e opressão. Nossas subjetividades a deriva não se envolvem mais afetivamente  com a realidade, pois este é um privilégio reduzido a uma infância cada vez mais abreviada. A vida é um fardo ao qual nos confornamos na absoluta objetividade de uma realidade que não nos acolhe. Pelo contrário,  os artificialismos da vida em sociedade,  o jogo pela sobrevivência, torna a existência um campo hostil de experiências liquidas.



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