segunda-feira, 30 de março de 2020

ENTRE O EU E O OUTRO

Se é  através  do diálogo com os outros que nos tornamos quem somos, não  se deve precitadamente deduzir daí  uma proximidade. O outro é  sempre o fora de nós,  uma ausência e um mistério, disfarçada de semelhança e irmandade.
O que o outro nos ensina é  a insuficiência, a precariedade do eu, que torna possível qualquer relacionamento. Estamos condenados ao viver em rebanho, a dependência mútua e, entretanto, somos uns para os outros, apenas estranhos. 
Ninguém vive isolado, mas, ao mesmo tempo, estamos todos sozinhos. Entretanto, a fantasia e idealização do outro nos domina e faz dele nosso caminho.

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