Em tempos de likes e visualizações, a identidade importa mais do que a mensagem.
Já não há olhos ou ouvidos para o que não nos é intimo e familiar, para o que não
agrada nossas bolhas de significações e premissas sobre a realidade.
Nos tornamos famintos de certezas e referências.
O mundo agora é moralmente correto ou decadente segundo as diretrizes de nossas
convicções. De uma forma realmente perversa, o tom afetivo de nossos
posicionamentos ideológicos passou a condicionar nossos relacionamentos.
Em tempos de precariedade de relações, os vínculos
passaram a ser uma questão de conveniência, de falsa empatia. Simplesmente não
suportamos quem não é como nós.
Em tempos de likes e visualizações, o amor tem o mesmo status de uma conexão virtual.