quarta-feira, 13 de março de 2019

O ENIGMA DO ROSTO


Quando lembramos de alguém é sempre um rosto que se oferece a memória. Um olhar, um sorriso, um semblante, uma expressão. As vezes uma combinação de tudo isso em uma configuração única que define a paisagem viva que é alguém.

Mas é sempre difícil interpretar um rosto. Raramente ele coincide com a pessoa. Há muitas pessoas que não combinam com o próprio rosto. Mas mesmo assim é através dele que as reconhecemos, apesar das mudanças que lhe impõe os anos. Para nossa sensibilidade mais imediata o rosto não é aparência. É a própria pessoa. Pessoalmente, preferia não ser definido pelo meu rosto. Pouco me reconheço nele e não me conformo a sua arbitrariedade.

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