Minha relação com os outros e comigo mesmo é finita e restrita a uma época específica. Possui um tempo e um lugar. Mas minha relação com o mundo, quando intensa, pode ultrapassar qualquer configuração pessoal.
Escrever-se no espírito das coisas, tocar a nervura do real, não é desvelar o universal, mas a singularidade. Para tanto basta uma modesta expressão de sensibilidade que a arte, em todas as suas linguagens, potencializa. Mas é necessário uma vida inteira de dedicação a si mesmo para alcançar o sublime sentimento de algo que nos ultrapassa. É preciso dedicar-se a alguma coisa que nos faz sentir a vida até o limite de nós mesmos. Chamo de amor este impulso a criação que nos sequestra, que nos rouba de nós mesmos.
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