sexta-feira, 28 de abril de 2017

A VIRTUDE DAS INIMIZADES

Uma boa inimizade nos é mais útil do que uma amizade sincera.
Lembrando Schopenhauer  em Aforismos para a Sabedoria da Vida:

" Os amigos se dizem sinceros; os inimigos o são. Sendo assim, deveríamos usar a censura destes para nosso autoconhecimento, como se fosse um remédio amargo."

Em outras palavras, aprendemos mais com um inimigo do que com um amigo, pois este último não alimenta nossa fútil vaidade.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

A BANALIDADE DE UM ENCONTRO

Ela era bonita,
quase perfeita,
mas não dizia nada 
aos meus ideais de relacionamento.
Nossos desejos eram incompatíveis,
nossas alegrias eram banais e formais.
Apenas passamos um pelo outro
e, depois, seguimos com a vida,
indiferentes ao nosso último beijo.

AQUELA QUE PASSA AO LADO....

Aquela que passa ao lado.
que não conheço,
e que, possivelmente,
nunca verei novamente,
realiza através do silêncio
muito mais do que qualquer história de amor.
Pois não fica como ilusão,
sonho  e promessa.
Se desfaz em segundos
como lembrança
deixando em paz a realidade
realizando a sabedoria da indiferença.
 .

sábado, 22 de abril de 2017

A DECADÊNCIA DAS LÁGRIMAS

Durante muito tempo a efusão das lágrimas foi considerada expressão sincera do coração e um sinônimo de nobreza de espírito ou demonstração de humanidade. Nos dias de hoje, entretanto, somos mais reticentes e cientes das artimanhas da subjetividade, do que nossos antepassados do seculo XVIII.

Assim, o choro foi reduzido  a sua condição de simples descontrole emocional. Em sua expressão mais  negativa, é vinculado no jogo social a uma estratégia asquerosa de manipulação e persuasão. 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

PERNAS E IMAGINAÇÃO

Gosto de saias curtas
e pernas desnudas
mais pela estética
do que por qualquer apelo erótico.

O olhar sabe a natureza e a beleza
além do corpo através da imaginação.
Faz da imagem um acontecer estético
e abstrato.

Pernas nunca são apenas pernas
quando os olhos sentem e  pensam.



quinta-feira, 20 de abril de 2017

O IMPOSSIVEL DOS RELACIONAMENTOS

Ninguém sabe mais  se masculino e feminino se complementam ou se, de fato algum dia, significaram um para o outro qualquer outra coisa além de um impulso biológico para a reprodução da espécie.

Hoje, quando a oposição sexual deixou de arbitrar os relacionamentos, o encanto da diferença anatômica deixou de fazer sentido assim como as fantasias e idealizações do amor romântico. 

Sabemos agora que, ironicamente, concebemos relacionamentos como a possibilidade de encontrar através do outro um equílibrio que falta em nosso próprio intimo. Como se isso fosse razoavelmente possível...

quarta-feira, 19 de abril de 2017

UM ABRAÇO É MELHOR DO QUE UM BEIJO

Um beijo diz a paixão
e algumas vezes leva ao amor.
Mas não passa de um instante
que termina antes mesmo
do próprio  fim.

Já uma amizade se afirma cotidianamente
através dos atos,
é como um abraço abstrato
que nunca termina
e nos lança no abismo do outro
como  se fosse um abstrato abraço
que entrelaça cotidianos.

Diferente do amor
a amizade é um encontro
que se transforma em destino,

Um abraço é sempre melhor
do que um beijo.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

MUDANÇA

Qualquer relacionamento é mantido por inercias,
por acomodações.
Mas tudo muda enquanto o tempo passa.
Cada um inventa-se outro
até o limite da alteridade
Até  não reconhecer mais a si mesmo
nos olhos do outro
apagando todo diálogo.
Nunca somos para sempre
aquilo que demasiadamente somos.



sábado, 15 de abril de 2017

O AMOR É UM DELÍRIO

É muito estranho o quanto as pessoas gostam demais e amam de menos...

Pode ser o amor apenas um querer narcisista
onde o valor que damos ao outro
seja apenas um capricho
de nosso desejo mais egoísta.

Contra o amor estamos todos sozinhos,
mas nem sempre buscamos companhia...

Amar é quase sempre um delírio.


DEFINIÇÃO DE CARÊNCIA

Não é o gostar
que me faz amar.
pois posso querer quem odeio
e desejar o que me faz mal.

O amor é perverso e paradoxal.
Não raramente,
um desrespeito a si mesmo.

Por isso não recomendo
ceder a vontade cega
que nos faz querer
o mais que imperfeito
contra o intransitivo da solidão.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

O AMOR É UMA FATALIDADE

Todo mundo sempre acaba
amando alguém.
è uma questão de necessidade e  instinto,
uma vontade incontrolável.

Sempre iremos precisar de alguém
contra todo o nosso bom senso.
É trágico!!!!!

Podemos apenas tentar
controlar os danos
enquanto o amor
acaba com a vida da gente.

terça-feira, 11 de abril de 2017

AMOR E AMIZADE

Quando o amor não atrapalha,
uma amizade pode durar para sempre.
Não importa os contratempos
e batalhas diárias.
O vinculo afetivo sempre impera
diante de todas as controversas.

Pois enquanto o amor é fogo,
a amizade é suave como a água.
Por isso amor e amizade
nunca andam juntas.
O que não nos impede de confundi-los
enquanto concorrentes sentimentos.


EMPATIA

Não acredito em empatia.
Não me coloco no lugar do outro.
Apenas abdico da responsabilidade
sobre minha própria vida.
Afirmo nossa mutua dependência,
nossa dependência dos outros,
nossas carências e vazios,
em um existir sem sentido.

sábado, 8 de abril de 2017

FALSO AUTRUÍSMO

Nunca soube o intenso
da minha própria existência.
Nunca me reconheci naquele fantasma
que se apresenta no espelho.
Sempre soube mais dos outros
e estive entre todos
esquecendo de mim mesmo.
Nunca fui ninguém
e jamis quis ser alguém.
Agora sofro todos os desejos do mundo.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

A ETERNA BATALHA ENTRE O AMOR E O QUERER

O amor e o querer são como irmãos inimigos
vivendo  um combate eterno.
Lutam pelo simples prazer da conquista
em uma batalha onde a vitória é impossível.
Cada um de nós, em algum momento
deste   interminável conflito se torna vitima.
Pois toma o querer como amor
ou o amor como querer
sacrificando através de equivocadas escolhas
a própria liberdade.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

ESCOLHAS

Não há conciliação entre o sensível
e o conceitual,
entre o pensar e o viver.

é preciso escolher entre 
as certezas do dia a dia
e as angustias existenciais.
Mas sempre permanecerá
uma duvida.

Vivemos sempre no limite,
em desequilíbrio,
oscilando entre o riso, o choro
e o talvez.