Amamos apenas o que de alguma
forma é parte de nossa imediata existência. E não há nada de errado em relação
a isso. A ideia de comunhão da espécie, de pertencermos à humanidade, não passa
de uma formulação abstrata que nada diz sobre nosso dia a dia. Nos ignoramos o
tempo todo nas ruas e seria insensato imaginar qualquer outra forma de conduta.
O afeto define aquilo que para
nós importa e existe no mundo. Somos incapazes de olhar além das fronteiras de
nossa experiência concreta ou saber sobre aquilo que transcende nossas vivências.
Amar é um exercício de domesticação
da realidade, de estabelecer referencias que nos permitam significar nossas experiências
através dos outros. E quão poucos são
estes outros...

Nenhum comentário:
Postar um comentário