O amor é o mais vazio de todos os
lugares comuns. De tão decantado em verso e prosa banalizou-se a ponto de não
significar mais qualquer coisa. Ama-se demais neste mundo. O próprio amor já
não suporta tanto amor. Até mesmo os mais perversos se consideram amantes. Eu,
pessoalmente, considero o bem querer algo muito perigoso. Nunca sabemos o que
podemos, afinal, esperar dele.
Fala-se aqui com máxima franqueza sobre as representações contemporâneas das paixões e emoções que definem a dimensão instintiva em suas configurações humanas, apontando para uma superação do carcomido modelo do amor romântico apostando, ao mesmo tempo, no mais profundo sentimento do outro que define os amantes.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
quinta-feira, 28 de abril de 2016
O PIOR DO AMOR
O amor não cabe
Nos instantes raros que temos
De reflexão e bom senso.
Nos instantes raros que temos
De reflexão e bom senso.
Nada nos conduz ao outro
A não ser o elementar vazio
De nós mesmos.
A não ser o elementar vazio
De nós mesmos.
Somos escravos da necessidade
Do diálogo com o espelho.
E o outro é a melhor definição de espelho.
Do diálogo com o espelho.
E o outro é a melhor definição de espelho.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
HISTÓRIAS DE AMOR
Todas as histórias de amor são iguais,
Trágicas e banais
No acontecer de duas vidas
Que se perdem uma na outra.
Trágicas e banais
No acontecer de duas vidas
Que se perdem uma na outra.
Prefiro histórias de indivíduos
Que fizeram do solitário exercício
de si mesmo um delicado ofício.
Que fizeram do solitário exercício
de si mesmo um delicado ofício.
Sem solidão nunca seremos
Quem realmente somos dentro do mundo.
Mesmo acompanhado,
É preciso viver a verdade de estar sozinho.
Quem realmente somos dentro do mundo.
Mesmo acompanhado,
É preciso viver a verdade de estar sozinho.
A MORDE DO DIALOGO
Nada mais é especial.
A própria emoção se tornou banal,
um vazio raso
Que não ultrapassa o ego.
Já não há muito a dizer sobre
isso.
Estamos presos a nós mesmos.
Somos nossas necessidades,
Nossas trajetórias
E, atualmente,
Elas são cada vez mais
Incomunicáveis.
Não existe futuro para o dialogo.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
ATRAVÉS DA ESTRADA
As paisagens que ficam pela estrada
Através da janela do ônibus
Não me dizem nada.
Não conheço seus habitantes,
Seus sofrimentos e histórias.
Através da janela do ônibus
Não me dizem nada.
Não conheço seus habitantes,
Seus sofrimentos e histórias.
Indiferente percorro a estrada
Intertido com meu destino.
Intertido com meu destino.
Nenhum amor está me esperando.
Apenas estou voltando para antiga rotina
Indiferente ao caminho..
Apenas estou voltando para antiga rotina
Indiferente ao caminho..
Regresso ao lugar nenhum de mim mesmo,
Ao ponto comum da existência
Onde compartlhando inercias e indiferencas
Ao ponto comum da existência
Onde compartlhando inercias e indiferencas
domingo, 24 de abril de 2016
NÃO SE DEITE
Nunca se deite do lado certo da cama
Com a pessoa errada.
É importante não baixar a guarda
Nestas situações vazias
Que nos roubam a dignidade da solidão.
Mas de certas coisas,
Infelizmente,
A gente só se arrepende
Quando Já é tarde demais.
Então apenas diga em frente
E não se atreva a olhar para trás.
Com a pessoa errada.
É importante não baixar a guarda
Nestas situações vazias
Que nos roubam a dignidade da solidão.
Mas de certas coisas,
Infelizmente,
A gente só se arrepende
Quando Já é tarde demais.
Então apenas diga em frente
E não se atreva a olhar para trás.
sábado, 23 de abril de 2016
EXISTENCIALISMO PRAGMÁTICO
Existir era essencial,
Amar uma distração ocasional,
Um inevitável e temporário equívoco ,
Que reduzia nossas escolhas
E invertia prioridades.
O amor, felizmente, era perecível.
A existência, ao contrário,
um desafio constante
Contra toda ilusão de transcendência
Frente a banalidade que definia
Todas as possibilidades da vida.
Amar uma distração ocasional,
Um inevitável e temporário equívoco ,
Que reduzia nossas escolhas
E invertia prioridades.
O amor, felizmente, era perecível.
A existência, ao contrário,
um desafio constante
Contra toda ilusão de transcendência
Frente a banalidade que definia
Todas as possibilidades da vida.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
ESCOLHAS
Alguns vazios
E dúvidas
avançam pela noite.
E dúvidas
avançam pela noite.
Ainda podemos ouvir
O eco de conversas antigas,
Querer o impossível
Ignorando o real.
O eco de conversas antigas,
Querer o impossível
Ignorando o real.
Basta apenas mais um gole
Para que o absurdo
Se estabeleça entre nós
Como um engano,
Como um beijo.
Para que o absurdo
Se estabeleça entre nós
Como um engano,
Como um beijo.
terça-feira, 19 de abril de 2016
AMOR MEDIOCRE
Hoje eu precisava apenas
De um beijo sincero,
De um pouco de embriaguez e cama
Enquanto o mundo acontece lá
fora.
Falo daqueles prazeres pequenos,
Felicidades efêmeras
Que não mudam em nada
A vida da gente.
Hoje eu precisava apenas
De um pouco de esperança,
De uma migalha de mediocridade
Afetiva.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
INSANIDADES DE CASAL
Já fazia algum tempo
Que andávamos vazios,
Que não sabíamos
Do dia lá fora
Nem das coisas ordinárias
Que fundamentam a simplicidade
Do acontecer sem rumo
De nossas rotinas.
Já não nos bastava aquela vida sem graça,
Aquela certeza medíocre
De todas as coisas possíveis e
insuficientes.
Por isso todos os nossos
descontroles,
As impaciências e aquela absurda
vontade
De sumir um dentro do outro.
terça-feira, 12 de abril de 2016
ALTERIDADE
De que modo o sentimento do outro
formata a experiência de si mesmo? Na medida em que julgamos o outro a partir
de nossos próprios parâmetros de realidade, podemos afirmar que não
consideramos nossos interlocutores fora de nossas intimas formatações de mundo,
dos filtros do real inerente a nossa capacidade cognitiva. Estamos longe de
qualquer objetividade neste campo, pois lidamos sempre com uma imagem do outro.
Desta delicada premissa derivam todos os
problemas e questões inerentes a dinâmica dos relacionamentos intersubjetivos.
Principalmente porque na maioria dos contextos societários somos orientados
pelo “exercício de uma persona social” que não corresponde a totalidade de
nossas tendências, impulsos e padrões ontológicos de pensamento e ação. A fecundidade de um dialogo depende da
habilidade com que reduzimos a artifício e jogo a experiência do outro.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
RELACIONAMENTO E PSICOLOGIA
Um relacionamento amoroso não é
apenas uma coexistência biológica e social, mas uma relação consciente do eu e
do outro enquanto fato psicologicamente dado e que deve ser levado as ultimas consequências.
Tal constatação aparentemente obvia pressupõe uma recusa do outro como objeto
passional, como receptáculo de carências e desfuncionalidades existenciais. Por isso um relacionamento
autentico e que contribua para o mutuo crescimento psicológico é algo relativamente raro.
sexta-feira, 8 de abril de 2016
PROBLEMAS SOCIAIS
É fácil estar sozinho.
Você só precisa fechar a porta
E se entregar ao conforto
Dos seus próprios caprichos.
O difícil é sempre ter
Que lidar com os outros,
Desfrutar de companhias
Abdicando um pouco de si mesmo
Em troca do quase nada
Que te oferecem em troca.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
ENTRE PALAVRAS E BEIJOS
Nos desencontramos no dizer do
beijo,
Do corpo,
Quanto de tão próximos
Nos descobrimos estranhos.
Qualquer relacionamento
Deve dizer apenas quem somos
Além do outro
Que nos serve de espelho.
Um muro de palavras inventou
Um silêncio entre nós
E desarrumou nosso beijo.
terça-feira, 5 de abril de 2016
O AMOR IMPERFEITO
Desconfio dos que amam demais,
dos que querem demais,
pois o querer deles é incerto
e indigesto,
quase uma forma de desamor.
O gostar tem sua medida certa.
Não é demais, nem de menos.
Compreende simetrias,
cumplicidades , distancias.
e, não raramente,
alguns silêncios.
segunda-feira, 4 de abril de 2016
SOBRE O INCOMUNICAVEL
Poderia escrever muitos silêncios
até que você pudesse
escutar meus vazios.
Mas seria inútil,
estamos a margem do comunicável
em longas conversas com o vento,
ocupados demais para um dialogo.
A vida segue enquanto a gente se
perde,
INTIMA DIVERSIDADE
Eu percebia tantas mulheres
dentro dela
que já não era capaz
de reconhece-la.
Ela não era do tipo
que fazia qualquer sentido.
Gostava disso...
Aquele perpetuo estranhamento
me atraia .
Pois não permitia que eu
a amasse por inteiro.
sexta-feira, 1 de abril de 2016
SEJA LIVRE
Não viverei de amores impossíveis
e nem de afetos de ocasião.
Não serei vitima de sentimentos,
prefiro viver a vida
até as suas ultimas
consequências.
Serei livre,
imune a qualquer ilusão
ou mitificação banal do outro.
Amar não leva a felicidade.
O que nos realiza é a liberdade.
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