quarta-feira, 29 de março de 2023

DA INCONSTÂNCIA DE TODA EXISTÊNCIA

Enquanto  a vida passa
e faz passar pessoas,
 lugares e coisas,
que fizeram de mim
um insignificante e mudo acontecimento,
enquanto meu  corpo,
quase ilegível e indecente,
 se gasta aos poucos sob um infernal céu de verão,
e o tempo apequena a memória e o rosto,
vou me esquecendo do que fui e  já foi,
reinventando o nada e o efêmero da banalidade da existência.

No  aprendizado constante
do mais sereno e necessário silêncio,
aos poucos vou me desfazendo em assignificâncias e despedidas,
vou me subtraindo 
de um mundo humano e  absurdo
 que sempre está de partida dos meus dias de eter.

No final, todos morremos sozinhos
e nada disso tem qualquer importância.

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