e faz passar pessoas,
lugares e coisas,
que fizeram de mim
um insignificante e mudo acontecimento,
enquanto meu corpo,
quase ilegível e indecente,
se gasta aos poucos sob um infernal céu de verão,
e o tempo apequena a memória e o rosto,
vou me esquecendo do que fui e já foi,
reinventando o nada e o efêmero da banalidade da existência.
No aprendizado constante
do mais sereno e necessário silêncio,
aos poucos vou me desfazendo em assignificâncias e despedidas,
vou me subtraindo
de um mundo humano e absurdo
que sempre está de partida dos meus dias de eter.
No final, todos morremos sozinhos
e nada disso tem qualquer importância.
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