Não me importa o presente ou o futuro.
Meu coração bate por antigamentes
na inútil urgência do que se foi.
Pelo meu passado sou devorado
e quero nele ser para sempre esquecido.
Mesmo que a lembrança nunca corresponda
aquilo que foi um dia vivido.
No passado moram meus mortos,
minha juventude, amores, infâncias
e sonhos de eternos futuros .
O que havia de identidade e verdade em mim
foi enterrado com meus antigos dias.
Hoje sei
que nada é para sempre.
Nada nos pertence.
Tudo é eterno retorno
de um outro
que nunca mais seremos.
Nem mesmo quem somos
é parte de nós.
O tempo é filho da morte
e pai de todo esquecimento.
Tudo se perde.
Tudo é ilusão.
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