não importa o quanto de deserto
define nosso cotidiano,
o quanto nos sentimos desamparados,
humilhados e aflitos,
com as dificuldades de um dia a dia incerto.
Cultivamos, contra todas os vazios e incertezas,
alguma esperança ingênua em qualquer possibilidade de um final feliz.
Não raramente, tal esperança,
tem a forma de um grande amor
que nunca chega,
de qualquer coisa
que o dinheiro não compra,
ou uma morte branda e libertadora.
Mas sempre há no horizonte o brilho de uma fantasia,
a aposta ingênua em qualquer reviravolta expetacular que nos livre da realidade
em um quase passe de mágica.
Nunca admitimos que não nascemos para felicidade
e que vidas perfeitas não existem,
mesmo quando os anos
seguem passando em branco
em meio a dificuldades e pequenas catastrofes.
A verdade é que
Nada faz sentido
ou nos redime
de nossa elementar insignificância .
Nenhum comentário:
Postar um comentário