Ninguém vive de amor
ou se alimenta de sonho.
Vivemos de pragmatismos,
egoísmos e hipocrisias.
O poder e a força definem o jogo social
Onde o amor não passa de retórica vazia.
Fala-se aqui com máxima franqueza sobre as representações contemporâneas das paixões e emoções que definem a dimensão instintiva em suas configurações humanas, apontando para uma superação do carcomido modelo do amor romântico apostando, ao mesmo tempo, no mais profundo sentimento do outro que define os amantes.
Ninguém vive de amor
ou se alimenta de sonho.
Vivemos de pragmatismos,
egoísmos e hipocrisias.
O poder e a força definem o jogo social
Onde o amor não passa de retórica vazia.
Palavras recém nascidas
tem cheiro de amor.
Mas nada sabem de amar.
Pouco importa seu significar,
elas não dizem nada a vida
que segue cética e em silêncio.
É triste viver de saudade,
fazer do passado uma casa
do lado de fora do chão e do agora.
É triste saber a solidão como exílio,
como distância daqueles
junto aos quais aprendemos o amor.
Cada um é outro
nos encontros que fazem a vida.
Pessoas mudam pessoas.
Ninguém cabe em identidades
ou rostos.
Somos uns nos outros
qualquer forma coletiva e intima de ser
na invenção de uma vida comum.