segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O PARADOXO DO EU E DOS OUTROS

Quem sou eu entre os outros,
Quando não me basta ser um alguém 
No desatino do querer fugir de todos?

O mundo possível não cabe mais em meu universo.

A vida escapa ao eu, não cabe nos pensamentos,
Segue sozinha  em busca
De qualquer coisa pequena
Muito maior que o céu. 

Lá fora há janelas abertas.
Mas dentro de mim,
Todas as portas estão  fechadas.

Desfeito de um si
Me perco em um suspiro
De embriaguez e provisório infinito,
Enquanto a morte me contempla
Como esfinge.

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