Para muitas pessoas sexo é uma
espécie de fuga, uma forma de lidar com suas frustrações e uma estratégia de auto
afirmação emocional. Chegam mesmo ao ponto de converter a sedução em um jogo de
poder e vaidade onde o outro pouco importa.
Relacionamentos motivados pelo
desejo geralmente carecem de trocas afetivas e tem pouco espaço para a sinceridade. Afinal, a
mentira é uma estratégia de defesa, de auto preservação em intercâmbios pessoais onde a regra é
justamente a falta de envolvimento.
O que há de contraditório nisso é
que a intimidade erótica pressupõe expor nossas fragilidades psicológicas e
fraquezas existenciais. Por isso a durabilidade destes intercâmbios é sempre
incerta. Eles não sobrevivem a conversão
em rotina pois sua dinâmica é necessariamente impessoal. O sexo não tem rosto e
o desejo não se prende a especificidade de um determinado corpo atraente. Ele
´como um vento que sempre sopra onde bem entende e segue indomável pela
paisagem aberta de nossos encontros sexuais. O erótico não cria vínculos.
A instrumentalização do outro
para realização do seu próprio prazer é o que mais sinceramente define a
experiência sexual. Ela é, portanto, amoral e não altruísta, exigindo que o
humano se curve ao animal que em nós demasiadamente existe na compulsão do
desejo. O sexo é o amor em estado bruto.

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