segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

AMANTE

Nunca guardei segredo  sobre esta carência
Que  me leva a crer na promessa de um beijo.
Nunca escondi que não sei ser sozinho,
Que insisto no erro de um amor imperfeito,
Que me perco tentando corrigir os defeitos
Dos dias quebrados a dois.

Sei que sou destes que aceitam mentiras,
Que inventam verdades
E depois se arrependem,
Esquecem e repetem antigos erros
Até o limite do engano.

Nunca busquei ter razão.

CINISMO ROMANTICO



O fascínio que desperta em mim

Sua presença

Não cabe no desejo;

Não tem nome...

É uma imaginação nervosa

Que adivinha eternidades no fundo de um instante.

Minha vontade é  quase sonho

E a todo custo quer estraçalhar a realidade,

Adivinhar segredos no fundo dos seus olhos.

Não importa o ridículo deste querer delinquente

Que talvez não dure mais do que algumas semanas.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

QUASE UM BEIJO



Tinha uma urgência de beijo
Que por mero impulso
Me conduziu aos seus lábios.
Não era o que eu queria,
Mas o que tinha,
E isso era tudo.
Menos do que esperava.
Não me entendia com minhas vontades.
Pouco havia de realidade naquele beijo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A LIBERDADE DA MENINA



A menina de saia curta
É indiferente a própria beleza
E apenas vive do seu corpo
Alheia ao meu olhar de desejo.
Segue seu caminho simples
Realizando sua juventude.
Não pensa em amores de ocasião.
Apenas prova a liberdade dentro de qualquer roupa.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

SEM PESPECTIVAS



É certo que não me iludo com este momento, com seu nome e seu cheiro. Sei que não significaremos nada um para o outro no dia seguinte  e seguiremos vazios em busca de nós mesmos. Somos feitos de vento e ilusão. Sabemos que nada nunca se resolve através de um beijo, que sempre nos surpreende um dia seguinte e novos problemas. Não somos perfeitos, vivemos a vida que nos é possível conta a banalidade do cotidiano que nos consome.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O AMOR É FEIO NO ESPELHO



Em alguma medida somos todos carentes de nós mesmos. Isso explica a demasiada importância que damos ao amor. Quem ama está condenado a si mesmo, abdica da realidade como princípio, foge do árduo confronto com suas mais intimas contradições  inspirado pela desventura de contemplar a si mesmo através dos olhos de alguém como se nossa própria existência fizesse sentido.