terça-feira, 28 de outubro de 2014

O JOGO DO AMOR

O amor é um jogo estranho entre fantasia e realidade, carência e afeto, limite e vontade do qual a razão, absolutamente, não faz parte.

O amor é um erro de consciência, uma força instintiva na qual nos desconhecemos em nossa passionalidade.


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

AS BOAS ILUSÕES DO AMOR

Sei que sentimentos são estados alterados de consciência,
Uma forma estranha de saber das coisas e de alguém
Que sendo absolutamente o pouco de si mesmo
Se faz todo um mundo pra gente.
Sim. Sentimentos enganam.
Na maioria das vezes não valem a angustia
Que os alimenta.
Mas sei o quanto a verdade
Vale menos que a aventura

De um beijo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O RARO DA FELICIDADE

Poucas vezes soube eu
De algum bom carinho
Pelos caminhos aleatórios
Da vida.               
Poucas vezes
Provei de um bom beijo,
De um abraço embriagado
Pelo desejo
Ou de um querer incondicional.
Poucas vezes encontrei a tão decantada

Felicidade de viver cada dia de cada vez.

ALÉM DO AMOR

Amar é embriagar-se de sensações e sentidos
Ao ponto em que o pensamento se confunda
Com o corpo
Inspirado por uma irracional e sem nome
Necessidade do outro.

Amar não se confunde com o amor.
Amar o liberta de si mesmo
Na concretude de dois corpos

Entrelaçados pelo desejo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

AMOR E A REALIDADE

Tudo começou com uma curiosidade mútua,
Como uma vontade de estar perto
Que se transformou
Em uma necessidade de estar junto.

Mas em nome de qualquer amor sonhado
Lutávamos  contra  aquele amor concreto
Que o acaso e a vida nos ofereciam.
Nunca nos abraçamos sem fantasias.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

DE AMOR EM AMOR

Uma vida suporta
Muitos amores.
Alguns pequenos,
Outros amarrotados
E alguns que marcam
A vida inteira.

Nenhum perfeito
Ou que nos consuma por inteiro.
O amor é objeto do próprio  amor.
Somos apenas seus

 Passageiros.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

SINCEROS AMANTES

Os amantes mais sinceros
Sabem que a vida
Atrapalha o sexo,
Que o convívio afasta,
Que o beijo esfria,
E que o amor dá lugar ao vazio
De duas existências desencontradas.

Os amantes mais sinceros
Abominam o amor.
Sabem apenas um do outro
Sem ilusões de felicidade.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

A ILUSÃO DO AMOR

Não serei definido pelo que sinto,
Pelo que quero na fome sem nome
Que me leva a me sentir
Pelo avesso.

Recuso o resoluto engano
Desta ausência que me consome
Na vontade de estar ao teu lado.

Sou destes que amam com o pensamento
Antecipando o malogro
De tão intenso sentimento.

Amar não é mais que ser consumido

Pela intimidade de nossas carências.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O MOMENTO DE DOIS ACASOS

Éramos apenas dois acasos
Brincando no tempo.

Não esperávamos nada
Um do outro.
Nossas vontades e sonhos
Nem  se beijavam.

Entretanto,
De tanto brincar no tempo
Nos perdemos juntos
Em um inesperado momento
De delicado sonho.

A vida inteira tornou-se o finito

Daquele momento...

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O EU ATRAVÉS DO OUTRO

O eu é um estado de desconhecimento.
Nos tornamos quem somos através daquilo que recebemos do outro,
Das nossas trocas afetivas e subjetivas.

Pois ninguém é em si mesmo.
E só nos sabemos em dialogo.

Somos, aliais, os vários diálogos que nos definem

Nos silêncios entre as intimidades do prazer e o gozo.

A DECADÊNCIA DA SENSUALIDADE

Hoje em dia é o fantasma do desejo que nos impulsiona a busca do gozo impossível. O prazer se tornou tão banal que já não encanta os amantes mais exigentes. Pois, efêmeros e previsíveis, encontros sexuais só alimentam o ego e pouco acrescentam as trocas subjetivas.  Cada um vê no outro a  mera projeção concreta do objeto da sua busca etérea pela realização das suas fantasias privadas de poder.

Isso é o mesmo que dizer que o sexo reduziu-se  a mais elementar expressão do egoísmo que toda cortesia mascara nos jogos amorosos.

São raros os intercâmbios sexuais. Assim como a domesticação da afetividade através do conservadorismo representa a recusa de uma sexualidade selvagem, o sexo gratuito e lúdico roubou da sexualidade sua mais intima irracionalidade.


O SEXO DEIXOU DE SER SENSUAL....

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

AMOR PRECÁRIO

Meu amor morreu prematuro,
Nasceu franzino e incerto
No mais intenso silêncio
De um beijo podre.
Durou apenas um segundo
No vazio da tua boca,
Do teu vagabundo abraço

De rala poesia.