A inexatidão das subjetividades, a singularidade de cada consciência humana que, embora compartilhando a experiência de um mundo comum, são orientadas por sua diversidade, cria tantas distancias entre as pessoas que relacionamentos são melhor definidos como a construção da intimidade de desencontros e compartilhamento de distancias, do que propriamente a construção de uma sociabilidade harmônica.
Os relacionamentos menos problemáticos são normalmente os mais inautênticos, o que não significa, obviamente, que os mais conflituosos sejam os mais verdadeiros. Devemos pensar a dinâmica dos relacionamentos como um exercício dialógico, a constante construção de um vinculo entre duas pessoas que aceitam o desafio de trabalhar através uma da outra seus lugares de certeza, abrindo mão da falsa segurança de seu intimo pela necessidade de estar em contato com o outro.
Por tudo isso, relacionamentos não fornecem paz e segurança a ninguém, são um desafio constante quando levados a sério. A constatação de sua inevitável fluidez perturba profundamente aqueles que vivem nos ingênuos lugares comuns das representações metafisicas edificadas pelo amor romântico.

Nenhum comentário:
Postar um comentário