domingo, 28 de fevereiro de 2021

O AMOR COMO DESTINO

Ninguém sabe onde termina a neurose,
onde o amor começa como ilusão ou loucura.
Ninguém, também,
é capaz de evitar
tal desventura.
Estamos condenados a amar.


APAIXONADA SOLIDÃO

Não amar o outro,
a mim mesmo,
ou ao mundo.
Praticar um desamor militante,
absoluto,
desconfiar de todos.
Produzir solidões
em tudo que vejo.
Disso tenho dedicado
toda a minha paixão.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

AS NUVENS

As nuvens nunca são as mesmas.
Mad quem as percebe
ou sabe a rotina do céu?

Afinal, o céu quase não existem,
como ad nuvens, sempre outras,
que decoram os dias,
alheias as coisas humanas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O AMOR NÃO EXISTE

o amor não cabe num beijo,
no sexo, 
no casamento
ou nos filhos.

Ele não acontece entre dois.
Ninguém é o outro,
ou o próximo.

O amor não existe.
mas persiste como delirio.




domingo, 7 de fevereiro de 2021

A DITADURA DA COMUNICAÇÃO

Entre a comunicação e a expressão há algo mais.
Há o limite dos enunciados,
Dos arranjos de significação.

Há a impessoalidade das regras do jogo da conversação.
Há o limite do dizivel através de um eu instituido como prisão. 

Há a deliberada recusa do uso da palavra
Como ato de criação
E não como reprodução banal de valores e signos ditados por qualquer convenção.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

O INCONVENIENTE DA BOA EDUCAÇÃO

Somos educados para buscar a verdade e a felicidade.

 Deseducados para a natureza, 
nos perdemos da vida como experiencia trágica.

A educação nos adoece, 
Nos aprisiona a moral,
A transcendência,
E a falácia do eu.

Ignoramos o corpo
Como experiencia mágica.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A SOLIDÃO COMO REDENÇÃO

O amor secou.
Não vejo o outro
Como uma meta.
Não busco mais
Um beijo ou um abraço.
Não espero nada dos afetos.

A solidão não é uma queda,
Mas a conquista concreta
De um estado intenso
De auto consciência.