quarta-feira, 26 de setembro de 2018

REFÉNS


Não há novidades...
Não há saída e não existe vontade.

Somos reféns de nossos piores sentimentos,
De nossa agressividade inata.

Já estamos acostumados ao pior de nós mesmos.
Não nos acalantam expectativas.

O futuro já está dado e tem a face dos nossos passados.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

A VIRTUDE DO CETICISMO



O ceticismo nos proporciona um contentamento severo com a precariedade das premissas e verdades que sustentam as convenções dos nossos erros.


Nos adaptamos à um permanente estado de desconfiança em relação as configurações culturais vigentes. Sabemos de antemão que vivemos da miséria de práticas discursivas e significações precárias. Não existem verdades sagradas e muito menos convicções absolutas.

O conhecimento é o constante esforço de desaprender, de desdizer e desfazer o valor das coisas.
O conhecimento torna impossível toda paixão, toda forma de amor.

domingo, 23 de setembro de 2018

O POTENCIAL DA EXISTÊNCIA

A vida não me pertence tanto quanto não pertenço a vida. Existo através de afetos , dá busca de um outro que quase existe. 

Imaginações me procuram e acordam amores. É sempre tempo de qualquer loucura, de qualquer loucura, que nos preencha a existência de potência.

DOIS CORPOS

As marcas do teu corpo ainda estão na minha pele.
Posso sentir teu gosto,
Sua vontade e fome de encontro.
Nossa memória e física,
É quase uma fuga dos pensamentos,
Sentidos e significados,
Que calam o dizer do corpo.
Mas sei que meu corpo é teu corpo,
Que só existimos agora como afetação,
Como efeito de um no outro.
Ocupamos um mesmo espaço existencial.

sábado, 15 de setembro de 2018

AMOR É SOLIDÃO

Não há maior solidão do que estar em sua companhia.
Sei em nossos diálogos o percurso de muitas distâncias.
O  amor foi nosso maior egoísmo.
Através dele aprendemos a solidão
Como uma estratégia de sobrevivência.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

IMPESSOALIDADE

"Se treinamos nossa consciência, ela beija enquanto nos morde."
F. Nietzsche in Além do bem e do mal


Nossa singularidade ontológica pressupõe em si todo o devir de nossa condição humana. É perpassada pela experiência do mundo vívido como consciência e ato.
A densidade e intensidade de nossos afetos mais genuínos nos consome através de uma vontade criadora e impessoal que é a própria vida, sua impessoalidade.
Somos através da indeterminação do intempestivo que prova o tempo povoados espaços. Em tudo somos a incerteza de nosso próprio movimento como autores e intérpretes de nós mesmos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

SOMOS SERES RELACIONAIS

Estamos condenados à relacionamentos. Sejam eles superficiais, banais, intensos ou profundos. Somos escravos de encontros e desencontros, mesmo não buscando o outro como uma experiência existencial. 

Vivemos em relacionamentos diretos e indiretos, nos inventamos em projeções e intercâmbios. Pode-se mesmo dizer que somos mais os outros do que nós mesmos. Afinal, a comunicação define a condição humana.

EQUÍVOCO

São meus erros,
Meus defeitos e medos,
Que melhor definem
Essa falsa equação
Através da qual existo
Como um  arranjo de possibilidades perdidas.
Sou o resultado de muitas impossibilidades.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

A DECADÊNCIA DO AMOR

O amor virou lugar comum. Não passa de uma premissa hipócrita.  Ninguém sabe amar. Nem mesmo acreditamos que o amor pode nos salvar desta precariedade de afetos, destas emoções degradadas ou desta vida danificada, que nos corrompe todos os dias.

Espero que no futuro as pessoas falem menos sobre amor e tenham mais inteligência emocional.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

O CORPO COMO ALMA

Meu corpo é alma concreta,
É sangue, desejo,
Sensualismos e afetos
Em movimento.
Meu corpo é processo.
É pensamento.
Multiplicidades me articulam.
Sou vários e sou muitos.
Quase não sou.